A somar prémios no cinema, realizadora Samira Vera-Cruz selecionada para bolsa de cinema africano

A cineasta cabo-verdiana encerrou o mês de maio com mais um prémio. A curta metragem “Sumara Maré” venceu o Prémio do Júri nos Lusomovies que aconteceu em Roma, Itália.
Reprodução Facebook da cineasta Samira Vera-Cruz

A realizadora e produtora cabo-verdiana Samira Vera-Cruz está na lista dos doze cineastas africanos que foram selecionados para a bolsa African Science Film Fellowship 2023.

Em entrevista ao Balai, Samira Vera-Cruz diz que se trata de uma bolsa com duração de um ano da NEWF – Nature Environment & Wildlife Filmmakers em parceria com a National Geographic Society que tem um programa denominado Africa Refocused que consiste em trazer o foco dos filmes produzidos no continente África de volta aos cineastas africanos.

“Faço parte da NEWF desde o ano passado porque ganhei um Producers Lab no qual produzi Sumara Maré que é a minha nova curta metragem documentário experimental performativa de oito minutos que retrata o fenômeno da apanha de areia na ilha de Santiago. Conto a história de Chepa, Tina e Patrícia através de performance de Elizabete “Bety” do grupo Raiz di Polon e da sua filha Ondiana”, diz e acrescenta que o projeto contou também com o cofinanciamento do PNUD, ( Nações Unidas), em Cabo Verde.

O African Science Film Fellowship 2023 arrancou com uma formação com duração de uma semana na África do Sul. Agora os 12 cineastas de Cabo Verde, Moçambique, Egito, Botsuana, República Democrática do Congo, Madagáscar, Malawi, Quénia e da África do Sul vão passar um mês no parque natural de Gorongosa onde vão trabalhar com alguns cientistas.

“Vai ser bastante interessante. Cada cineasta recebeu um pacote de filmagens que vai desde a câmara de filmar a um computador para a pós-produção para sermos produtores autónomos. Em setembro, vamos passar mais um mês em Gorongosa para fazer um trabalho de filmagem de grupo e no mês de outubro vamos participar da Jackson Wild Summit em Wyoming nos Estados Unidos da América. Depois cada cineasta regressa para o seu país para produzir uma curta metragem com um cientista, algo voltado para a ciência.”

Apesar de ser um processo longo para concorrer, Samira Vera-Cruz diz que a mais-valia da bolsa é imensa. “Nomeadamente, o acesso a profissionais que estão dentro do meio ambiente e da vida selvagem que é uma área que estou a dedicar-me nos últimos dois anos. Tenho bastante interesse e acho que posso conciliar as ciências formais com ciências sociais e em Sumara Maré mostrei que as mulheres não podem passar fome para salvarem o meio ambiente. Para mim é importante entendermos como as coisas estão conectadas.”

A curta-metragem Sumara Maré já passou em vários festivais, nomeadamente na Bélgica onde estava nomeada para o YAFMA Awards do Afrika Film Festival, bem como em San Louis, no Senega,l onde estava a concorrer na categoria Melhor Curta Documentários e no Brasil. Em finais de maio, o filme esteve em Vagaluna, na Itália, onde venceu o Prémio della Giuria (Prémio do Júri).

“Nem consigo começar a expressar o quão honrada estou com este prémio! O meu coração está cheio de amor e felicidade”, escreveu a cineasta num post na sua página oficial do Facebook. Brevemente, Sumara Maré será exibido novamente no Brasil e em Portugal.

Paralelamente, Samira Vera-Cruz já está a trabalhar, em parceria com o produtor Pedro Soulé, num novo filme que será uma longa-metragem híbrido de documentário e ficção. .

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