
Terça-feira, 30 de Maio, 2023
A atriz Zenaida Alfama, distinguida esta segunda-feira, 27, no Mindelo, com o Prémio de Mérito Teatral, vê esse reconhecimento como “algo especial” que espera dar-lhe “mais gás” para continuar o seu trabalho já com 25 anos.
A atriz mostrava essa satisfação à imprensa, na sequência da entrega, no final da tarde desta segunda-feira, no Centro Cultural do Mindelo, do galardão por iniciativa da Associação Teatral Mindelact.
“Pelo que eu tenho sentido todos esses dias, acho que todos que conhecem o meu trabalho sentem-se satisfeitos”, considerou a mesma fonte, com um “sentimento de alegria”.
“Tudo tem a sua hora para chegar, e acho que essa foi uma boa hora para receber esse prémio, tendo em conta que vou completar 25 anos de teatro em São Vicente e por todo o meu percurso”, acrescentou Zenaida Alfama, que sente essa distinção como “algo especial”, com a qual espera ter “mais gás” para continuar a trabalhar.
O presidente da Mindelact, João Branco, questionou durante a sua intervenção o porquê que nenhuma das entidades e artistas já distinguidos com o prémio tiveram direito a “pezinho” no “Passeio d´Alma” feito na Rua de Lisboa, centro da cidade do Mindelo, para homenagear figuras culturais cabo-verdianas.
“Acho lamentável que num projeto tão bonito como aquele, que faz o reconhecimento de figuras da arte e da cultura em Cabo Verde, não haja uma única pessoa nem do teatro e nem da dança”, criticou o responsável, para quem “não deve ser tão difícil” encontrar alguém com um percurso nas artes performativas que justifique ter o nome no referido passeio.
Por isso, acredita que seria “perfeito” se o primeiro nome a ser colocado ali fosse o de Zenaida Alfama.
Questionada sobre o assunto, a atriz também defendeu que os agentes do teatro precisam ser “mais reconhecidos” pelo percurso trilhado e pelo trabalho feito.
“Sinto que às vezes estamos um pouco esquecidos, embora eu, pessoalmente, não me aflige porque trabalho para o povo que me reconhece, para mim é glória”, sustentou, embora diga entender que os artistas se sintam “frustrados” por as autoridades considerarem certas artes como não artes.
Zenaida Alfama Medina é uma das várias figuras e entidades distinguidas pelo prémio atribuído desde 1999.
A atriz completa este ano 25 anos de carreira no teatro e traz consigo um “percurso invejável”, tal como se destacou na biografia citada pelo presidente da Assembleia da Mindelact, José Pedro Bettencourt.
Fez o curso de iniciação teatral no Centro Cultural Português do Mindelo (CCPM) nos anos 90 e estreou-se nos palcos em 1997 com a peça “Casa de nha Bernarda” e desde então manteve-se no ativo e como membro do grupo de teatro do CCPM.
Neste grupo participou em “grandes sucessos” como “Mancarra” (1998), na qual ficou conhecida por usar o bordão “Bomba, não”.
Seguiu-se outros espetáculos como “Os velhos não devem namorar” (1998), “Os dois irmãos” (1999), “Médico à força” (2000), “Salon” (2002), Sapateira Prodigiosa (2003), “Auto da Compadecida” (2005), “Mulheres da Laginha” (2006), e recentemente participou das peças da trilogia do grupo até então apresentadas, “Crónicas do Mindelo” (2018) e “Cidade do café” (2022).
É também fundadora e membro de outros projetos teatrais como Teatro Infantil do Mindelo (TIM), Marionetas do CCP, Morabeza Teatro, sendo que este último ainda se mantém em atividade.
É contadora de estórias com participações também em Portugal e Brasil, participou em filmes, telefilmes, publicidades e ainda ministra oficinas de confeção de marionetas e também atua em animações de eventos.
Antes de Zenaida, a Associação Mindelact distinguiu no ano passado o grupo teatral Fladu Fla, da Cidade da Praia, com o prémio.
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