Cabo Verde despede-se de Antero Simas, autor da composição Doce Guerra

Os restos mortais do autor, compositor e intérprete cabo-verdiano Antero Simas, falecido a 16 de Junho, nos Estados Unidos da América, aos 69 anos, foram hoje a enterrar no Cemitério da Praia.

O autor, que se eternizou com a melodia Doce Guerra, referenciado como um autêntico hino a Cabo Verde, foi homenageado numa cerimónia fúnebre presidida pelo reverendo David Araújo, na Igreja Nazarena na Cidade da Praia, urbe que o viu nascer e crescer e onde não faltaram palavras de agradecimento, reconhecimento e gratidão.

Do Governo, que esteve representado pelo ministro das Comunidades, Jorge Santos, passando pela Associação dos Combatentes da Liberdade da Pátria (ACOLP), pela Sociedade Cabo-verdiana de Música, de que foi membro fundador e muito recentemente galardoado com o Prémio Carreira, ao Ministério da Cultura, Câmara Municipal do Sal, familiares a músicos, Antero Simas foi recordado como “um dos expoentes máximos da cultura cabo-verdiana”.

Todas as personalidades e instituições que usaram da palavra manifestaram um “profundo reconhecimento” ao artista de “renome internacional” que deixou um legado “muito forte na cultura cabo-verdiana”, particularmente na música, enquanto um dos “maiores compositores” de Cabo Verde.

A cerimónia religiosa foi toda ela acompanhada pelos familiares e um número significativo de músicos reconhecidos e de diversos quadrantes, que, acompanhados de instrumentos como saxofone, violas e baterias, de entre outros instrumentos musicais, interpretaram “Doce Guerra”, considerada a imagem de marca de Antero Simas.

Depois de todas as manifestações fúnebres no Templo Nazareno, a urna com o corpo do músico deixou a Cidade da Praia rumo ao cemitério, não sem antes ter sido alvo de um novo tributo à entrada da Rua Pedonal 5 de Julho, idealizada pelos moradores, já que Antero Simas nasceu e cresceu ali.

Antero Euclides Simas Correia e Silva nasceu na Cidade da Praia, a 07 de Outubro de 1952, viveu grande parte da sua vida na ilha do Sal, mas nos últimos tempos residia nos EUA, por razões de saúde.

Antigo funcionário da ASA, quase toda a sua vivência musical aconteceu na ilha do Sal. Ajudou a criar nos anos 60 o conjunto musical “Os Apolos”, um dos primeiros grupos a explorar ritmos até então desconhecidos do grande público, um dos quais “Talaia Baxu”, da ilha do Fogo.

Com mais de 40 composições, das suas criações, a mais famosa é “Doce Guerra”, morna na qual expressa o seu amor por Cabo Verde, a partir das particularidades de cada ilha, o compositor vem de uma família musical.

Deixa um naipe de composições como Doce Guerra, Destino di criola, Fidjo Rei di Funaná, Joana Santana, Rotcha Nu, Alma Violão, Matchamor, Nha Morna, Súplica, Amiga, Manuel Piscador e Maria Coxa Redondo, de entre muitas outras, gravadas por artistas de renomes.

Inforpress

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