Cabo-verdianos estão menos analfabetos em relação à música, segundo responsável

A coordenadora da Cesária Évora Academia de Artes (CEAA), Lígia Timas, considerou hoje, na cidade da Praia, que os cabo-verdianos estão cada vez mais interessados na aprendizagem da música e menos analfabetos neste domínio.

“Com certeza estão menos analfabetos, não só devido à academia, mas temos também outras iniciativas que incluem jovens e adultos que estão interessados e têm vindo a chegar à parte teórica”, sustentou.

Lígia Timas falava aos jornalistas à margem do acto de assinatura do protocolo entre a Direção Geral das Artes e das Indústrias Criativas (DGAIC), a Cesária Évora Academia de Artes (CEAA) e o Instituto de Bateria e Percussão (IBP) que visa o ensino, a promoção e o desenvolvimento de competências artísticas em crianças, adolescentes e jovens, desenvolvendo atividades ligadas ao ensino da música, modalidade bateria e percussão, na CEAA.

Ainda sim, a coordenadora destacou o importante contributo que a CEAA tem vindo a fornecer ao País neste sector, não poupando esforços para que o ensino das artes seja sistematizado, organizado e com programas anuais em comprimento.

“Este é o maior contributo da CEAA”, disse, assinalando ainda que a academia tem também em curso um projeto de formação destinado aos professores, uma parceria entre o Governo de Cabo Verde e o da Hungria.

“Porque o nosso intento é para que todos os que ensinam as artes o façam tendo em conta esta parte da alfabetização e a parte prática”, argumentou Lígia Timas, para quem o maior desafio da CEAA consiste em ter formadores com competências teóricas e práticas no ramo da música.

“Outro desafio é termos também a constituição jurídica, somos ainda um projeto ligado à direção nacional das artes e precisamos ter a nossa autonomia administrativa e financeira para podermos deslanchar e termos outros parceiros connosco”, assinalou.

Neste momento, a CEAA conta com 107 alunos inscritos na academia, mais 88 alunos da Escola Cesaltina Ramos, fruto de parceria, com aulas de piano e guitarra cabo-verdiano, cordas clássicas (violino, violoncelo, viola) e contrabaixos.

Quanto ao protocolo ora assinado, Lígia Timas, sublinhou que se trata de um acordo profícuo, visto que irá atender à demanda de crianças, jovens e adultos que há anos pedem por aulas de bateria e de percussão, mas que, infelizmente, não tinha um corpo de professores para atender esta necessidade.

O período experimental começa no Verão e no início do ano letivo 2023/ 2024 iniciarão as aulas anuais, e os custos variam, mas atende àquilo que é preçário da Academia, uma média de 2.500 escudos mensais, e há um programa para atender alunos que não dispõe de condições para arcar com as despesas na totalidade, segundo a coordenadora.

Por seu lado, um dos membros do Instituto de Bateria e Percussão (IBP) e professor de bateria, Renato Maio, destacou, a importância deste, tendo em conta que era uma carência no País.

“Conseguimos chegar neste acordo e é importante porque aprender música não é só tocar um instrumento, mas saber avaliá-lo, lê-lo e interpretá-lo e é este o nosso foco”, salientou.

O Diretor-geral das Artes e das Indústrias Criativas, Adilson Gomes, por sua vez, apontou que as valias deste acordo passam por sistematizar um programa muito ligado à percussão, convicto de que os professores, artistas de génese, vão auxiliar a CEAA a consolidar este processo de formalização do sector artístico e principalmente da música cabo-verdiana.

Inforpress

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