
Quarta-feira, 29 de Março, 2023
As ruas de cinco dos seis municípios da região Santiago Norte transformaram-se esta terça-feira, 21, num sambódromo para receberem os desfiles dos grupos oficiais do Carnaval que trouxeram mais uma vez muita criatividade, imaginação, folia, alegria e cores.
No entanto, ao longo do último fim-de-semana, mormente sexta-feira e sábado, as principais artérias dos seis concelhos que compõem a região Santiago Norte (Santa Catarina, São Salvador do Mundo, São Lourenço dos Órgãos, Santa Cruz, São Miguel e Tarrafal) foram literalmente invadidas pelas batucadas dos vários grupos, constituídos essencialmente por crianças dos jardins-infantis e das escolas do Ensino Básico Obrigatório (EBO) e Ensino Secundário.
Já ontem, terça-feira de Carnaval, com exceção de Santa Cruz, foi a vez dos grupos oficiais descerem às ruas e abrilhantar a festa do Rei Momo, uma manifestação cultural que, antes da pandemia da covid-19, vinha registando ganhos significativos.
Nesse regresso, após dois anos de interrupção, nota-se que o Carnaval voltou em alta, tendo em conta que as ruas se encheram de alegria e cores, acompanhadas por uma “enchente” de pessoas, entre residentes e visitantes, que se juntaram para ver passar o cortejo do Carnaval.
Em Santa Catarina, onde a edilidade investiu 600 contos, os dois grupos oficiais, Flores de Assomada, da cidade de Assomada, e da novata agremiação Marinha Fidjus di RB, da vila de Ribeira da Barca, percorreram as principais ruas da urbe, com tema “impacto do ambiente à Covid-19” e “Economia Azul”, respetivamente.
O recém-criado grupo carnavalesco nesta estreia saiu com perto de 100 foliões, de todas as faixas etárias, quatro alas e um carro alegórico, para contar a história do mar, cuja comunidade vive dele, desde aspetos bons aos maus, como a apanha de areia na praia de Charco.
Já o grupo Flores de Assomada levou para as principais artérias da cidade 120 foliões de todas as faixas etárias, seis alas e um carro alegórico, para mostrar, além do ambiente, as outras áreas que esta pandemia afetou.
Em São Miguel, o desfile foi marcado pela animação dos grupos oficiais Filhos de Veneza e Aja Pizarra, que levaram muita batucada, folia e uma mistura de cores, conseguindo, mais uma vez, arrastar multidões no percurso Ponta Verde/Achada Batalha, e Achada Batalha/Ponta Verde/Ponta Calheta.
Numa tarde marcada por atrasos, assim como nos outros municípios, em São Lourenço dos Órgãos (Grupo Carnavalesco de São Jorge) e no Tarrafal, os grupos carnavalescos, ao som de músicas brasileiras, feitas para esta época, compensaram a multidão, que os aguardavam nas ruas que se transformaram em sambódromos.
Contrariamente dos outros concelhos, em São Salvador do Mundo (Picos) houve concurso, com a participação de três grupos oficiais e um de animação, Picos Acima, cujo desfile foi norteado pelo tema “Desporto”.
No “sambódromo salvadorenho”, onde não foram montadas bancadas, de entre os muitos espectadores de pé, estava o presidente da Câmara Municipal de São Salvador do Mundo, Ângelo Vaz, que assinalou que o Carnaval regressou em “alta e com toda a força” no município que dirige e destacou a participação de três grupos na competição e de um na animação.
“Investimos 500 mil escudos no Carnaval, porque nos Picos esta manifestação cultural tem tido muita adesão e a câmara municipal tem a obrigação e missão de continuar a apostar nesta área cultural, que vai trazer alegria depois de dois anos que foram marcados por pandemia, seca e outras crises”, notou.
Na ocasião, o autarca admitiu a possibilidade de o município aumentar o montante dos subsídios atribuídos aos grupos e dos prémios, visando dar mais qualidade a esta manifestação cultural, que antes da pandemia vinha registando ganhos significativos no concelho e na região Santiago Norte.
O pontapé de saída foi dado pelo grupo de animação de Picos Acima, seguido de Comunidade de Achada Igreja (Imagem do Espelho, Magias e Fantasia), Renascer, Achada Leitão, e Chamas da Folia, de Leitão Grande, ambos trouxeram como enredo “Emigração”.
Todos os três grupos oficiais que percorreram um “percurso curto” na cidade de Achada Igreja, que se transformou em “sambódromo”, tinham um andor/carro alegórico cada e levaram entre mais de 100 foliões de todas as faixas etárias, ao som de várias músicas do Carnaval do Brasil e de Mindelo, São Vicente, e “afro-house”, com destaque para Chamas da Folia, que desfilou com música feita para a ocasião.
No final do desfile, o grupo de Leitão Grande revalidou o título, conquistado em 2020, relegando para o segundo lugar a agremiação de Achada Leitão, enquanto o grupo de Achada Igreja ficou em terceiro lugar, levando para casa um prémio pecuniário de 20, 15 e 10 contos, respetivamente.
Não obstante ter ficado em segundo lugar, Renascer levou para casa prémio de melhor andor, grupo que apresentou maior número de foliões, e os seus elementos arrebataram prémios individuais como melhor Rei, melhor mestre-sala, melhor porta-bandeira e melhor folião voluntário, cada categoria com um prémio monetário de cinco mil escudos.
Já melhor Rainha foi para Chamas da Folia e melhor Rainha de bateria para Comunidade de Achada Igreja, que também receberam cinco mil escudos cada.
Em Santiago Norte, os grupos contaram com apoios das câmaras municipais e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas.
Nesse sentido, os responsáveis, que prometem continuar a brincar o Carnaval no próximo ano, pedem mais apoios para que possam levar “mais criatividade, imaginação, folia e cores” às ruas da região.
Com exceção de Picos, os demais cinco municípios organizaram mais uma edição da “Feira de Cinzas”, disponibilizando os principais ingredientes para a confeção do tradicional almoço desta Quarta-feira de Cinzas.
Inforpress
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