
Quarta-feira, 22 de Março, 2023
Em entrevista à Inforpress, a mentora deste projecto afiançou que depois de um encontro de socialização no final da semana passada, o curso de bateristas em feminino, está formatado para arrancar a 19 de Maio, por ocasião do Dia do Município da Praia e terá uma programação on-line para facilitar a aprendizagem e encontros presenciais “sempre que necessário”.
Revelou que esta acção de formação e capacitação conta com o apoio de um especialista brasileiro, responsável pela metodologia, para que as novas bateristas (algumas a serem resgatadas nos grupos de carnaval) possam conhecer a linguagem desta técnica de uma forma mais científica possível.
“Não vamos basearmos muito na teoria. Pautamos pela sensibilização e uma aposta forte na nova tecnologia, o que nos permite ter um avanço e uma progressão que certifique a potencialidade de futuras mulheres bateristas”, explicou Gonçalves, para quem a ideia inicial passava por aulas colectivas, mas que teve de ser alterada por causa da pandemia da covid-19.
Para a materialização deste projecto Elda Gonçalves conta com a parceria da Associação de Músicos de Santiago, organização que preside, já que o projecto idealizado há muito pelo baterista foi incluído no plano de acção desta novel colectividade.
O plano deste curso passa, igualmente, por sessões presenciais nos diferentes espaços escolares já identificados em alguns bairros e algumas sessões de demonstração em espaços públicos, designadamente no Bairro Craveiro Lopes, Achada de Santo António e Achada Grande.
“Nós estamos em intensos contactos com o Brasil. Temos exemplos de uma baterista amiga nossa de oito anos, que concorre no concurso internacional de melhor baterista do mundo da sua categoria. São acções dessas que queremos inserir em Cabo Verde”, referiu este especialista e professor de música que, há tempos, idealizou uma experiência com mulheres batucadeiras.
Por força das carências detectadas junto das mulheres batucadeiras “um pouco ritmadas” e das crianças nas escolas, Elda Gonçalves avançou à Inforpress que vai recorrer a um especialista em Geneva que trabalha com o “Método Dalcroze” pelo que pretende trabalhar as formandas com base nessa técnica, aliada a expressão corporal, uma dinâmica considerada criativa nessa arte.
Com duas bateristas já adquiridas para aulas práticas, sendo uma acústica e outra electrónica, Elda Gonçalves disse que a cada uma das praticantes será distribuído um par de paus para bateria, para práticas individuais, acompanhadas de material pedagógico e vídeo online, para que ao longo do curso as praticantes possam familiarizar-se com este instrumento.
Baterista por vocação e paixão desde tenra idade, Elda Gonçalves tornou-se profissional nesta arte, tendo iniciado a sua carreira musical propriamente dita no agrupamento musical Abel Djassi, para depois integrar agrupamentos musicais que também marcaram este país como os Finaçon, Tubarões, Bulimundo, além de gravar com intérpretes como Mirri Lobo e Magda Évora.
Inforpress/Fim
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