Entre mandingas, baterias e mensageiros, Carnaval espontâneo se fez em força nas ruas do Mindelo

Os grupos de Carnaval espontâneo desceram ontem, dia 19, em peso, às ruas da cidade do Mindelo trazendo muita criatividade originada nas zonas periféricas, entre estes, mandingas, “mensageiros” de lições de diversa índole e, ainda, baterias.

Um dos primeiros a chegar à “Morada” (centro da cidade do Mindelo) foi o “Panela n’lume”, que através da refeição feita à lenha e em pleno trajeto, trouxe consigo a mensagem de paz e amor.

Entretanto, os grupos de “maior peso” foram os mandingas, que em todos os domingos de carnaval anteriores saíram pelas diferentes localidades da ilha, mas, hoje tinham como único destino, Mindelo, e nenhumas das zonas quis ficar de fora.

Nas cerca de quatro horas de desfile houve espaço para a de Espia, Fonte Filipe, Fernando Pó e Ribeira Bote, cada uma destacando pela sua particularidade, por exemplo a de Espia que mistura os homens de negro, com homens de lama e ainda “mascrinhas”, sendo estes dois itens pouco vistos nos tempos actuais.

Por seu lado, os mandingas de Ribeira Bote, como sempre, são os que se mostraram em maior número e arrastaram atrás de si maiores multidões, que mesmo não estando caracterizados a jeito também não perderam a oportunidade de brincar o carnaval.

Na programação de mais de dez grupos não faltou a vertente de critica social da festa do Rei Momo e que esteve estampada, por exemplo, no grupo Mensageiros, que empunhando cartazes aproveitou para alertar para questões como “empoderamento feminino” “xenofobia”, “racismo”, “gordofobia”, passados na maioria por “activistas” de palmo e meio.

Também recorrendo à nova geração, a Escola de Futebol Domingos Bombeiro, do Madeiralzinho, trouxe dezenas de crianças para à cidade para homenagear figuras do futebol sanvicentino, já falecidas, como o próprio patrono da escola, Domingos Monteiro, um bombeiro de profissão, mas, que dedicou boa parte da sua vida ao desenvolvimento do futebol feminino na ilha.

Na lista dos homenageados estiveram ainda o ex-futebolista Dukinha, falecido em 2021 vítima de acidente de viação, e que se destacou como sendo um dos talentos da modalidade, tendo representado quase todos os clubes sanvicentinos.

Já o grupo Animação de Campim decidiu também fazer dos mais pequenos mensageiros para proteção dos oceanos.
No dia reservado somente para o Carnaval espontâneo, não faltou ainda tributo às mães, com o grupo “Terra Love” e muita energia com as baterias de dois grupos do Carnaval oficial, Ritmo do Norte, batucada do grupo Cruzeiros do Norte e a de Flores do Mindelo.

Além da animação dos desfiles, a vertente espontânea da festa mindelense também foi momento para pequenos negócios e onde se vendeu de tudo, desde pastéis, pizzas e até cuscuz quente com queijo e mel de cana.

Depois de um domingo bem animado, as atenções desta segunda-feira, no Mindelo, voltam-se para os desfiles nesta segunda-feira, 20, das escolas secundárias e, o mais esperado, o da Escola de Samba Tropical, que regressa com um enredo de homenagem à fundadora Luísa Morazzo.

Inforpress

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