
Domingo, 3 de Dezembro, 2023
Os participantes da quarta edição do Festival de Literatura Mundo – Sal, que vinha decorrendo desde quinta-feira, 16, em Santa Maria, e terminado este domingo, manifestaram-se satisfeitos com a retoma do convívio científico-literário entre personalidades do mundo das letras.
Considerando a literatura importante para qualquer país, o ex-Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, que foi um dos painelistas, disse que a literatura de Cabo Verde atravessa um dos seus “melhores momentos”, em particular no sector da poesia.
“Esta edição foi muito interessante. Naturalmente poderia pensar-se em mais participação, mas foi uma participação razoável, porque a literatura não tem um campo de expansão, como, por exemplo, tem a música, sendo mais restrito”, apontou, sublinhando que esta edição permitiu “diálogos e debates interessantes, boas comunicações”.
“Creio que apesar de uma paragem de dois anos, esta retomada correu bem, foram boas escolhas, e o fundamental é que cada um de nós possamos acarinhar, estimular este tipo de iniciativa, por forma a dar substância, corpo, projeção à produção de literatura, que é fundamental para o desenvolvimento cultural de qualquer país”, salientou.
Por seu lado, o historiador Daniel Pereira, que também foi painelista, juntamente com o escritor Germano Almeida, avalia positivamente a realização do festival, defendendo, porém, a abertura do evento aos turistas.
“Para não ser só um turismo sol e praia, mas também um turismo de cultura. É importante que também se possa abrir esse tipo de eventos aos próprios turistas ocasionais que estiverem na ilha do Sal. E depois, também porque é uma forma dos homens que trabalham a cultura e a literatura, cabo-verdianos e estrangeiros, poderem se conhecer mutuamente”.
“Quanto mais nós conhecermos, maior é a capacidade de nos entendermos, e esse trânsito é particularmente importante. De modo que, acho que faz todo o sentido que este festival se continue a realizar”, considerou, defendendo, entretanto, a mobilização dos jovens que andam nos liceus, para participarem nesse tipo de atividade, estranhando, ao mesmo tempo, a ausência institucional, do Ministério da Cultura.
Para a escritora Madalena Neves, que começou a sua participação com o lançamento da sua mais recente obra literária intitulada, “Um Poema Contado”, o festival que já vai na sua quarta edição, está a provar que tem espaço, e é algo importante para Cabo Verde e os participantes.
“O festival traz para o Sal a oportunidade de se poder ter literatura cabo-verdiana, especialistas de literatura de vários quadrantes.
Foram momentos de muita aprendizagem, partilha. Penso que é algo que Cabo Verde deve abraçar, apostar, porque um País de produção literária e de muita cultura, para a sua projeção”, sublinhou, felicitando os organizadores do evento.
Esta maratona, durante três dias, permitiu debate, reflexão e diálogo sobre os cânones literários, envolvendo livros, editores, escritores e o público, focados na cultura literária.
Acontecerem também sessões científicas e de diálogos temáticos, palestras, exposição de livros e de artes plásticas, exibição de documentários e leituras diversas.
Além de escritores e professores cabo-verdianos, autores, estudiosos e investigadores da Alemanha, Brasil, Itália, Portugal e Senegal, marcaram presença no convívio científico-literário desta edição.
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