
Terça-feira, 26 de Setembro, 2023
Financiamento corresponde a cerca de 1330 contos e vai abranger cinco associações da ilha do Sal. Para o ministro da Cultura, o programa permite formar uma nova geração que aprecia a cultura.
O Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do programa Bolsa de Acesso a Cultura (BA-Cultura), vai financiar este ano cinco ONG e escolas da ilha do Sal, quatro de Espargos e uma de Santa Maria. A informação foi avançada hoje, dia 3, no âmbito da assinatura do protocolo entre as associações e o MCIC.
A Associação Chã de Matias, a Associação de apoio a crianças de Terra Boa, o Grémio Desportivo do Sal, a escola Fidjus di Terra e a escola Dance with Jazz são as cinco organizações e escolas do Sal abrangidas pelo financiamento de cerca de 1330 contos.
Presente no evento, a diretora do BA-Cultura, Indira Lima, explicou que o programa criado em 2016 e que começou por beneficiar 42 escolas, num total de 1147 alunos, atualmente beneficia 109 escolas e mais de 4000 mil crianças e jovens a nível nacional. No caso do Sal, esta parceria vai beneficiar 267 alunos com um montante de 1332 contos.
A responsável aproveitou o momento para apelar ao engajamento da sociedade no programa “sem o qual não será possível dar resposta a todos.”
“Quando vejo grandes figuras da cultura cabo-verdiana a ignorarem olimpicamente a existência de um programa que beneficia neste momento 4014 alunos e continuam a dizer que não há política de incentivo à cultura é porque estão equivocadas no modo como o Estado deve intervir na cultura. O estado deve investir na formação das futuras gerações. E só ver os resultados: 4014 alunos não apareceram do nada”, afirmou o ministro da Cultura Abraão Vicente presente na cerimónia.
Para o ministro, o programa que já existe há 8 anos vale a pena principalmente pela evolução das crianças que “não só abraçam o tradicional como olham para grandes figuras, como Michael Jackson, e as figuras contemporâneas da música cabo-verdiana, e se inspiram”, salientou, procurando desconstruir a ideia existente de que o programa tem de beneficiar apenas a música tradicional cabo-verdiana.
Salientando que a melhor política de integração social passa pela cultura, o titular da pasta explicou que o BA-Cultura passou de “um orçamento de pouco mais de 7800 contos, no primeiro ano, para perto de 30 mil contos, sendo 27 mil contos do orçamento MCIC e cerca de três mil contos, do ministério da família”.
De recordar que este ano houve aumento de mais 24 escolas em todo o território nacional e 838 alunos bolseiros, comparativamente ao ano de 2022, segundo o Ministério da Cultura já tinha informado recentemente.
Enaltecendo a parceria com os Cabo Verde Music Awards, Abraão Vicente salientou que uma das ambições da tutela é que “este programa seja apadrinhado, não financeiramente, mas simbolicamente, pelos artistas.”
Em representação das cinco escolas abrangidas, Arminda Lopes, presidente da Associação Chã de Matias, enalteceu a iniciativa e salientou que este projeto contribuiu para o desenvolvimento da ilha através da arte e da cultura e “permite às crianças aumentar os seus conhecimentos” nestas áreas. A Associação Chã de Matias existe há 27 anos na ilha do Sal e está situada numa localidade onde vive uma larga franja da população da ilha.
O edil Júlio Lopes, também presente no evento, salientou a importância de uma ilha turística como o Sal ter uma forte componente cultural e ressalvou a dinâmica que a ilha tem conhecido por estes dias com a realização dos Cabo Verde Music Awards na ilha pela primeira vez.
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