
Sábado, 3 de Junho, 2023
Os grupos de mandingas de Ribeira Bote e Fonte Filipe, no Mindelo, estão nos últimos preparativos para o “enterro” do Carnaval no domingo, 26, com a participação de mais cem homens e mulheres de negro.
A tradição, que se cumpre há já alguns anos em São Vicente, volta a repetir-se após dois anos de interregno devido à pandemia da covid-19 e, segundo os responsáveis, promete ser “bem animado” e com a participação de milhares de pessoas.
Conforme confirmou à Inforpress o presidente dos mandingas de Ribeira Bote, Nilton Rodrigues, que são em maior número, já estão com “quase tudo” a postos para o desfile, que será realizado juntamente com os mandingas de Fonte Filipe.
Para Nilton Rodrigues, também conhecido por Tau, este é, com certeza, o desfile mais aguardado pelos homens e mulheres de negro e saiote, pelo “impacto” junto das pessoas que mobiliza e todas as emoções trazidas, “alegria e euforia, mas também de alguma tristeza pela despedida”.
Afinal, se noutras paragens a folia do Carnaval termina da quarta-feira de Cinzas, no Mindelo a história é diferente e, agora em 2023, depois do “jejum” de dois anos, deve ser contada por mais de cem mandingas, cerca de 80 da Ribeira Bote e 40 de Fonte Filipe, e um “mar de gente” a acompanhar.
Entretanto, os responsáveis dos dois grupos, Tau Rodrigues e Jandir Gomes, são unânimes no apelo ao civismo e educação para que a festa possa terminar em “grande estilo” e sem se repetir episódios como o de 2020, em que um jovem de 21 anos morreu na sequência de uma agressão com arma branca.
O desfile, como de costume, deve ser acompanhado por agentes da Polícia Nacional, que sempre estão atentos aos desacatos, conflitos, agressões e ainda os “caçu-body” que acontecem no meio da multidão.
O cortejo do “enterro” do Carnaval deve arrancar por volta das 14:00 do domingo, 26, a partir dos estaleiros dos mandingas de Ribeira Bote, que depois se encontram com os mandingas de Fonte Filipe nas proximidades do Mercado de Ribeirinha.
Segue-se o trajeto Fonte Inês – Cruz João Évora – Madeiralzinho – Chã de Alecrim – Avenida Marginal e com o desfecho na Praia do Cais de Alfândega, também conhecida por Praia d’Catchor, onde os grupos farão, no mar, o enterro de dois caixões, simbolizando a morte do Carnaval, que só regressa no próximo ano.
Contudo, os mandingas da Ribeira Bote também já têm programado uma “missa de sete dias” nos seus estaleiros para o domingo, 05 de Março, e estão a organizar um desfile, ainda sem data, na ilha vizinha de Santo Antão, para onde pretendem levar cerca de cem pessoas para confraternizar com os mandingas da ilha, conforme informações avançadas pelo presidente Tau Rodrigues.
Os mandingas da zona de Espia, por seu lado, que preferem não se juntar, estão, segundo o presidente Diamantino Neves, a programar um festejo à parte e que tal como os outros anos acontece na Praia de João Évora.
A mesma fonte informou à Inforpress que devem sair de Espia na manhã de domingo e caminhar até à praia, onde lançam um caixão ao mar e aproveitam o dia para realizar várias actividades desde campanhas de limpeza a jogos.
Diamantino Neves disse que toda a comunidade da zona deve participar, mas aproveitou para convidar todos os interessados a se juntarem ao grupo e despedirem de mais um Carnaval de uma “maneira diferente”.
Inforpress
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