
Sexta-feira, 8 de Dezembro, 2023
O coordenador do Tripé acredita que as produções ligadas ao projeto e que estão a ser apresentadas no Mindelact, têm todas as condições para estarem em qualquer festival do mundo e com “muita qualidade”.
João Branco, que é também presidente da Associação Mindelact, detentora do Festival Internacional de Teatro do Mindelo – Mindelact, asseverou hoje à Inforpress que o projeto, na verdade, está a tornar a 29º edição do festival muito mais voltado para o nacional.
Como prova, sublinhou, são os 13 espetáculos encenados e apresentados ao público mindelense, depois de cerca de dois anos de trabalho, numa parceria Associação Mindelact, São Vicente, Companhia Raiz di Polon, Santiago, e Projeto Chiquinho, São Nicolau.
E o resultado, disse João Branco, é um consórcio de residências artísticas com três valências, trazer formação para as comunidades, realizar mentorias de artistas internacionais junto de criadores nacionais, com acompanhamento técnico e profissional do trabalho desenvolvido, e por fim, a internacionalização dos atores nacionais.
“E nesta edição, estamos a apresentar em estreia 13 criações de 14 artistas nacionais que têm potencial muito concreto de internacionalização e o suporte de internacionalização não termina com a estreia”, afiançou o coordenador, indicando estarem a filmar e fotografar todas as 13 peças para se criar dossiês de produção para serem enviados aos programadores de todo o mundo.
Tudo isso, para que haja demonstração de interesse desses programadores e que os artistas nacionais possam começar a viajar e apresentar o seu trabalho e ficar mais próximo de uma internacionalização, uma vez que o mercado cabo-verdiano não permite fazer isso devido à sua pequenez.
O Tripé surgiu através de edital para projetos de centros de residências artísticas no âmbito do programa Procultura, e também é gerido e conta com o financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, que enviou uma representante ao Mindelact para acompanhar as apresentações e manter contacto permanente com os artistas.
Por outro lado, o projeto dispõe ainda de uma curadoria internacional escolhida também pela Calouste Gulbenkian.
E todos esses ingredientes, di-lo a mesma fonte, estão a contribuir para que qualquer desses trabalhos apresentados possam estar em qualquer palco mundial e com “muita qualidade”.
Daí, sustentou João Branco, as responsabilidades acrescidas ao projeto, que deverá prosseguir até 2024 com outras residências artísticas e mentorias de artistas, realizadas de perto, em cada uma das ilhas.
De resto, o presidente do Mindelact diz-se muito satisfeito com toda a programação da edição 2023, cujo lema “Liberdade” foi escolhido no ano passado e agora mostra-se “muito coerente” com os espetáculos exibidos.
“Está a dar espaço a quem não tinha, está a dar voz a quem não tinha voz, está a revelar assuntos e temáticas que são fundamentais no mundo contemporâneo”, afiançou João Branco, revelando-se “muito contente” com essa resposta tanto das peças nacionais, como internacionais.
O festival Mindelact, que continua, no Mindelo, até dia 13, e ainda com uma extensão na cidade da Praia, engloba mais de três dezenas de apresentações nos palcos 1 e 2, 3 e 4 com peças, ciclo de contadores de estórias, performances, teatro de rua, exposição e muito mais.
Inforpress
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