
Segunda-feira, 5 de Junho, 2023
O ministro da Cultura, Abraão Vicente, garantiu hoje o financiamento aos grupos carnavalescos da Praia, de 250 mil escudos cada, mas sublinhou que o Carnaval deve ter primeiramente o engajamento da autarquia local.
Abraão Vicente fez estas afirmações à imprensa no final da visita que manteve às instalações da Cesária Évora Academia de Artes (CEAA), na Praia, quando colocado a par das reclamações dos grupos carnavalescos da capital que afirmam não ter acesso ainda a verbas para a realização do Carnaval.
“Nós temos tido alguma coerência que tem a ver com o Carnaval que é uma festa popular, essencialmente vivida nos municípios, primeiro temos que ter um engajamento municipal relevante”, disse o ministro asseverando que o Carnaval no Mindelo acontece porque a câmara engaja-se e financia em valores superiores ao próprio ministério da Cultura.
“É uma manifestação que está profundamente enraizada na prática e no temperamento popular em Mindelo, portanto rapidamente o Carnaval no Mindelo ganhou uma dimensão internacional de promoção de Cabo Verde como destino turístico”, completou.
Daí que, referiu Abraão Vicente, o curto orçamento que o ministério da Cultura possui, desde 2017 vem focando e a mantendo a coerência, priorizando assim o carnaval do Mindelo e de São Nicolau, que são os dois carnavais “que tem de facto a potencialidade” de promover Cabo Verde como destino turístico.
Entretanto, o governante ressalvou, que nos últimos anos, o ministério tem apoiado cada grupo da capital cabo-verdiana com valores simbólicos de 200 mil escudos, que este ano, provavelmente, será aumentado para 250 mil escudos devido a desistência de um dos grupos.
“Agora, é preciso que a Câmara Municipal da Praia se engaje ao mesmo nível que a anterior equipa fazia. De realçar que o Carnaval da Praia sempre aconteceu apesar do patrocínio reduzido do ministério da Cultura e antes da nossa assunção ao cargo, os grupos de carnavalescos do Mindelo recebiam 125 contos cada um, segundo o último relatório que eu tenho”, salientou.
Atualmente, os grupos de Mindelo recebem mil contos cada e os de São Nicolau recebem 800 contos, vincou, adiantando que só não houve um acréscimo por causa da crise.
Abraão Vicente recordou ainda que na Praia os grupos praticamente não recebiam algum montante para este fim e, neste momento, estão a receber um valor de 250 mil escudos.
“Volto a fazer o mesmo apelo que eu fiz em São Vicente, porque quem ganha com o Carnaval são os operadores turísticos, os operadores dos serviços, hotelarias, restaurações e tanto em Mindelo como na Praia é preciso lançar um forte apelo para que as entidades privadas financiam o Carnaval, é assim que acontece no Brasil, em Portugal, nas Caraíbas”, frisou.
O Estado, posicionou o governante, não pode alocar mais recursos no Carnaval, tendo ressalvado que o Governo tem estabelecido 10 mil contos anuais para fazer a promoção, mas, concretizou, sempre na perspetiva que haja, primeiramente, o engajamento das câmaras municipais e, segundo, das empresas para que juntos, promovam Cabo Verde e os negócios.
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