
Quarta-feira, 22 de Março, 2023
As empresas que prestam serviço de som e audiovisual, em São Vicente, acusaram, esta quinta-feira, 19, o Governo e a organização da regata Ocean Race de as excluir na prestação de serviços durante a passagem da regata na ilha.
Esta posição foi manifestada pelo dono da Atlantic Sound Production, Jorge Nunes, em representação das demais empresas de som na ilha, que se mostrou indignado com o facto de trazerem uma empresa da cidade da Praia para São Vicente, para prestar o serviço de som durante o evento.
Segundo a mesma fonte, apenas uma pequena minoria de empresas de São Vicente foi contratada para trabalhar durante os cinco dias que a regata vai permanecer na ilha, quando existe gente com capacidade na cidade do Mindelo para esse trabalho.
“Fazemos o festival da Baía das Gatas e empregamos 23 pessoas para fazer o serviço durante os três dias do festival. Então sentimo-nos indignados porque todo o pessoal vai ficar parado enquanto eles trazem empresas da Praia para vir trabalhar aqui e sem nenhum concurso”, afirmou.
Conforme Jorge Nunes, além de ausência de concurso, não foi feito nenhum contacto com ninguém na ilha. “Soubemos que houve um concurso que envolveu algumas empresas de São Vicente e ficamos à espera porque pensamos que poderíamos ser chamados, através dessas empresas mas, afinal, era para contratação dos artistas”, acrescentou a mesma fonte, que diz ter feito “ fé no facto das empresas serem chamadas sempre à última hora para prestar este tipo de serviço”.
Segundo Jorge Nunes, prestar este trabalho para a Ocean Race seria “recuperar o tempo perdido e o investimento” em equipamentos que essas empresas fizeram antes da pandemia da Covid-19 que os obrigou a ficar parados “sem trabalhar e a passar por imensas dificuldades”, por cerca de dois anos.
“Nas vésperas de entrarmos em confinamento, estávamos a tirar equipamentos da Alfândega que nunca foram usados. Essa seria uma oportunidade única de toda a gente trabalhar e de recuperar alguma parte do montante investido “, adiantou o empresário que disse ter tido um contacto com o ministro do Mar que lhe disse que a questão o ultrapassava.
“Eu já tinha tido a informação que esta contratação tinha saído diretamente do Gabinete do primeiro-ministro, porque ela já veio da Praia já assinada”, argumentou, defendendo que “deveria ser feito um concurso público para que vencesse a melhor proposta”.
Instado a reagir às recentes declarações do ministro do Mar, que pediu às empresas de São Vicente que tirem proveito da regata, instigando-as a serem mais dinâmicas, Jorge Nunes considerou que “na prática isso não existe porque São Vicente sempre foi uma ilha de gente empreendedora”.
Jorge Nunes assegurou que a empresa em São Vicente tem todas as condições técnicas para fazer tudo localmente sem importar mão de obra e sem custos de transporte.
Para Paulo Jorge, outro profissional da área, a “atribuição do serviço de som na Ocean Race tem a ver com a cor política, porque a empresa a quem foi atribuído o serviço há muito tempo presta serviço e é ligada ao partido no poder”, p Movimento para a Democracia ( MpD).
Inforpress
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