
Quarta-feira, 31 de Maio, 2023
O diretor geral das Artes e das Indústrias Criativas, Adilson Gomes, pediu hoje que haja mais trabalho conjunto e partilha de ideias para uma real circulação da economia criativa na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O pedido foi feito durante o segundo painel sobre “Cultura e economia criativa: realidades e desafios”, do ciclo de debates que acontece subordinado ao lema “Realidades, desafios e oportunidades no espaço da língua portuguesa: literacia, ciência, cultura e economia”, que aconteceu por videoconferência e presencial a partir da sede da CPLP, em Lisboa. O vento é promovido pela CPLP para celebrar o Dia Mundial da Língua Portuguesa e o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP, assinalados a 05 de Maio.
“Não faz sentido ter uma comunidade como a CPLP que não se fala, não se trabalha, não se partilha e não se faz as coisas acontecerem e ter o impacto”, disse este responsável cabo-verdiano, para quem é preciso fazer com que a economia criativa seja uma realidade nos países membros da comunidade e ter a sua real circulação.
No seu entender, a economia criativa, que “sofreu muito” por causa da pandemia de covid-19, tem que passar a constar nos relatórios dos governos, mas defendeu que são os responsáveis pela área que devem fazer essa pressão, sublinhando que se o trabalho for conjunto, será possível “trazer credibilidade para esse sector que é muito marginalizado e tido como parente pobre”.
“Temos que mudar essa retórica, porque a cultura não é um parente pobre, é muito importante (…). Tem sido um parente pobre, porque não temos sabido mostrar essa importância”, frisou Adilson Gomes, lembrando que há uma “luta” em Cabo Verde para se conseguir ter um por cento do Orçamento Geral de Estado para a cultura, sustentando que o sector privado tem sido um “grande parceiro”.
O painel teve como oradores, para além de Adilson Gomes, o presidente do Instituto do Cinema e do Audiovisual (Portugal), Luís Chaby Vaz, o ponto focal da CPLP para o sector do audiovisual (Guiné Equatorial), Pedro Dante Mba, o representante do Conselho Administrativo PRO-CULT (Angola), Nelson Mangueira, a técnica da Direção de Indústria/Serviço Nacional da Propriedade Intelectual e Qualidade (São Tomé e Príncipe), Elga Sousa Santiago, e diretora do Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas (Moçambique), Matilde Muocha.
Os outros painéis do ciclo de debates, que acontece de 02 a 05 de Maio, são “Desafios do português como língua de ciência”, “Políticas e estratégias de promoção do livro, da leitura e literacia enquanto elementos centrais para o desenvolvimento humano, e para o desenvolvimento sustentável”, “O valor e a dimensão económica da língua portuguesa” e “Desafios do livro e da leitura no espaço da CPLP”.
Esta quinta-feira, 04, a presidente do Conselho Diretivo do Instituto da Biblioteca Nacional, Matilde Santos, participa no painel sobre “Políticas e estratégias de promoção do livro, da leitura e literacia enquanto elementos centrais para o desenvolvimento humano, e para o desenvolvimento sustentável”.
Segue-se no dia 05 de Maio uma sessão solene para assinalar também o Dia Mundial da Língua Portuguesa e o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP, seguida de várias iniciativas de carácter cultural e artístico, incluindo debates e intervenção poética de atores dos Estados-membros (Cabo Verde, Angola, Portugal, Brasil, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).
Desde 2009, é comemorado o 05 de Maio, o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP, instituído pela XIV Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP, sendo que a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) proclamou esta data como o Dia Mundial da Língua Portuguesa, em Novembro de 2019.
Inforpress