
Quarta-feira, 22 de Março, 2023
A primeira-dama considerou ontem, dia 28, o pano de terra como um dos elementos essenciais da cultura cabo-verdiana, defendendo que neste momento precisa ser mais valorizado, ter maior visibilidade e que seja revitalizado todo o negócio à sua volta.
Débora Carvalho fez esta consideração no âmbito de um encontro que realizou hoje com artesãos de “panu di tera” da ilha de Santiago, que aconteceu no Parque 5 de Julho, na Cidade da Praia, tendo por objectivo valorizar e dar espaço a eventuais oportunidades de capacitação e desenvolvimento da arte de trabalhar o pano di terra.
O encontro contou com a presença de algumas personalidades do mundo da moda internacional e convidadas da primeira-dama, casos da estilista cabo-verdiana Ângela Brito, e da empresária islandesa de moda sustentável, Áslaug Magnúsdóttir.
Na sua intervenção, Débora Carvalho afirmou que os artesãos que trabalham com o pano de terra têm-se queixado do nível de rendimento, ou seja, da rentabilidade à volta deste negócio, porque não há uma garantia de remuneração mensal para quem se dedica somente a trabalhar esta arte.
“Então nós queremos dar este contributo, no sentido de mostrar também além-fronteiras o pano de terra, mas também mostrar os nossos artesãos esta versatilidade, a aplicação sem ser aquela tira ou numa mesa, ou numa toalha, mas mostrar várias aplicações possíveis que o pano de terra pode ter”, explicou.
Neste sentido, a primeira-dama afirmou que achou por bem realizar este encontro neste momento que a estilista cabo-verdiana Ângela Brito está cá, ela que tem feito trabalhos no Brasil utilizando o pano de terra, assim como a empresária Áslaug Magnúsdóttir, quem encontrou na Assembleia das Nações Unidas onde a apresentou esta arte da qual mostrou interesse.
“Então, achei por bem tendo essas duas pessoas aqui em Cabo Verde promover uma conversa com os nossos artesãos, perceber como é que elas podem ajudar o pano de terra ter uma maior visibilidade internacional”, disse, perspectivando que com isso possa haver mais encomendas e que também os artesãos cabo-verdianos possam ter esta oportunidade de ir além-fronteiras para mostrar os seus trabalhos.
Para Débora Carvalho, há essa necessidade de tornar o produto mais comercial, mas, acrescentou, a perspectiva é de se conseguir criar um nicho de mercado para o pano de terra e voltar a dar-lhe o valor que tinha antigamente.
Inforpress