Primeiro filme de suspense cabo-verdiano “A Universitária” estreia-se em Santa Catarina 

Em entrevista à Inforpress a propósito do lançamento deste primeiro filme de género em Cabo Verde, o jovem confesso fascinado pelo cinema e pela arte adiantou que já estão confirmadas para já três exibições sendo a primeira hoje, no auditório do Liceu Amílcar Cabral, a segunda domingo, 19, no Cinema do Plateau, Cidade da Praia, a terceira 25 de Março, na Casa das Bandeiras, em São Filipe, ilha do Fogo.

Todas as três exibições, deste filme que utilizou “equipamentos básicos”, ou seja, duas câmaras [de amigos], dois tripés e um led estão aprazados para as 19:30 e terá entrada paga a um “preço simbólico” de 200 escudos.

“Estamos a falar de um filme de suspense, o primeiro de longa-metragem a ser realizado em Cabo Verde, neste que tentei fazer um pouco mais leve como um teste para o segundo que já tenho em mente. No outro, que virá futuramente será de terror e um pouco mais ‘pesado’ por assim dizer, o que me obrigaria a trabalhar com equipamentos adequados para uma produção cinematográfica”, perspetivou Lony Alves.

Com argumento e produzido pelo próprio, “A Universitária” que foi rodado em Santa Catarina, com cenas gravadas na própria Universidade de Santiago (US) e em alguns bairros da cidade de Assomada, contou com cerca de 35 atores, dois quais dois são profissionais, sendo a maioria alunos da US.

Relativamente ao número de atores, com exceção de Dilma do Canto e Odair Cabral, ambos do teatro e acostumados com o palco e com o público, não obstante ter reconhecido ser muito para um filme do tipo, esclareceu que permitiu a entrada de algumas pessoas para servir como teste, tendo em conta que muitos sonham ser atores.

No entanto, avançou que apenas quatro atores ficaram até o final do filme na língua cabo-verdiana (crioulo), que vai contar com legenda em Português e futuramente em Inglês.

“A Universitária é uma estória fictícia que criei, juntando a parte de que o antigo hospital de Santa Catarina antes era onde hoje é a Universidade de Santiago, esta coincidência me fez inspirar e criar uma estória naquele espaço”, refere o realizador na sinopse do filme.

A produção do filme, segundo Lony Alves, não foi fácil, apontando “muitos contratempos”, sobretudo a nível de equipamentos, desmotivações por parte de muitas pessoas e falta de apoios das instituições que, no seu entender, deveriam apoiar, mas que não o fez, sem mencionar nomes das mesmas.

Entretanto, aproveitou para agradecer a US, algumas empresas locais que cederam espaços para as gravações do filme, amigos e familiares, e ainda a sua equipa, que, acentuou, esteve sempre com ele nas gravações.

Durante a entrevista à Inforpress, adiantou que foi convidado para participar mais uma vez no Festival Internacional de Cinema “Djarfogo Cine-Fest”, que considerou “uma honra”, tendo manifestado o desejo de participar em outros festivais de cinemas a fim de “obter mais conhecimentos” neste ramo e poder se inspirar para os próximos trabalhos, pois disse ter mais dois filmes de longa-metragem já escritos aguardando o momento certo para sair do papel.

Nascido em Santa Filomena no dia 24 de Setembro de 1990 na ilha do Fogo e atualmente residente em Santa Catarina de Santiago, tem trabalhado sobretudo com marketing e engenharia informática na sua empresa “Dan Fala Studio”.

É licenciado em Marketing e Multimédia pela Universidade de Santiago, e é também designer gráfico, fotógrafo, marketeer, produtor de conteúdos audiovisual e produtor de eventos.

Antes de “A Universitária” fez mais duas longas-metragens “Infância por um Fio” realizado na ilha do Fogo em 2017, e em 2021 “Dança ta mora na mi” (a dança vive em mim, em português).

Inforpress