São Vicente: Ministro da Cultura destaca importância da preservação documental para o futuro do país

O ministro da Cultura enalteceu esta segunda-feira, 10, no Mindelo, a importância da preservação documental para o futuro do país, defendendo que as novas tecnologias e a inteligência artificial podem ser aliadas nesse processo por revolucionarem o acesso às informações.

Abraão Vicente fez estas considerações ao presidir à abertura do “Atelier de Sensibilização e Formação sobre o Património Documental”, no Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design (CNAD), São Vicente, realizado pelo Comité Nacional Cabo-verdiano da Memória do Mundo (CNC- MEMU), que definiu como principal desafio, para 2023, o lançamento da primeira candidatura ao Registo Memória do Mundo da UNESCO.

“Se antes, os investigadores, as universidades teriam muitas vezes que investir anos e anos à procura de informações, com a correta digitalização e transposição para o mundo digital, e com a anexação dos benefícios da Inteligência Artificial, nós poderemos vir, nos próximos tempos, a ter revelações absolutamente extraordinárias que levariam séculos a serem decifradas”, declarou o ministro.

Abraão Vicente lembrou que “o futuro dos documentos e a inteligência artificial, a interação e a integração simultânea dos vários arquivos mundiais” serão um dos temas da conferência-geral da Unesco, que deverá acontecer em Novembro deste ano em Paris (França).

E é por isso que, ajuntou, o workshop poderá proporcionar um debate necessário, não apenas sobre a classificação dos bens à memória do mundo, mas também sobre a disponibilização e digitalização do património nacional que se possa resgatar em vários arquivos do mundo documentos e fundos arquivísticos, o que é de Cabo Verde.

Por sua vez, o secretário executivo do Comité Nacional Cabo-verdiano da Memória do Mundo (MEMU), José Évora, informou que em 2024 a Unesco abrirá a próxima chamada de candidatura, pelo que o comité deseja que Cabo Verde apresente as suas listas, a começar pelos “Escritos de Amílcar Cabral”, através da Fundação Amílcar Cabral, que é uma “instituição parceira”.

“Já têm um trabalho bastante avançado sobre o legado de Amílcar Cabral e almeja apresentar a candidatura dos seus escritos à Memórias do Mundo da Unesco, no ano em que se comemorará o centenário do seu nascimento”, afirmou a mesma fonte, acrescentando ainda que o Arquivo Nacional de Cabo Verde está a trabalhar na preparação de uma candidatura dos Processos da Comissão Mista Luso-britânica para Abolição do Tráfico de Escravos à Memorias do Mundo.

O atelier de Sensibilização e Formação sobre o Património Documental decorre até sexta-feira, com perspetivas de debate de temas como “O Programa da Unesco à Memória do Mundo”, as “Diretrizes para a salvaguarda do património Documental” e “O Comité Nacional Cabo-verdiano da Memória do Mundo e o seu plano de ação”.

Inforpress

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest