
Terça-feira, 26 de Setembro, 2023
A primeira edição dos Cabo Verde Music Awards no Sal, e XII edição no global, teve casa cheia e arrancou em direto para a televisão e online por volta das 21h30 da noite, tendo a habitual passadeira vermelha começado antes com o desfile de artistas e convidados.
Entre homenagens e discursos, a noite foi de emoção, tendo sido atribuídos 17 galardões para os nomeados, mas também quatro menções honrosas, um Prémio Carreira aos Livity e ainda nomeações a três artistas no âmbito da Responsabilidade Social.
As menções honrosas foram para a banda residente dos CVMA, os Cartel, Mr. Marley foi distinguido como Melhor Beatmaker, já Constantino Cardoso como Compositor e Djunga de Biluca, a título póstumo, como Produtor.
Nomeada em quatro categorias Fattú Djakité acabou por levar os prémios de Melhor Intérprete Feminina, bem como da Música Tradicional. A cantora fez questão de contar o seu percurso até chegar a este momento e não esqueceu as suas raízes guineenses duranta a premiação.
O estreante Lisandro Cuxi venceu também dois prémios de Melhor Intérprete Masculino e de Melhor Kizomba com o tema Karma. O jovem de 23 anos prometeu continuar a cantar em língua cabo-verdiana até porque é cantando em crioulo que diz sentir-se completo.
A sua irmã, Soraia Ramos, venceu uma das categorias mais aguardadas da noite – Música do Ano, com o tema BKBN (Bu Ka Bali Nada), e no seu discurso lembrou às mulheres a importância do amor próprio. A cantora também recebeu em nome de Gil Semedo o prémio de Melhor Colaboração para o tema “Gostu Sabi”, onde participa ao lado de Calema e Mito Kaskas.
Já a Música Popular do Ano foi para a Neyna com o tema “Akanadja”. A cantora não conseguiu esconder a emoção por ter vencido na categoria votada pelo público até ao final da gala.
Batchart venceu o prémio de Melhor Videoclipe, Dieg na categoria de Outros Ritmos, onde curiosamente estava nomeado com a Fattú Djakité, sua companheira, MC Acondize fez um discurso motivador ao receber o prémio de Melhor em Palco, já Sónia Sousa é Artista Revelação, Jennifer Solidade venceu com um tema da sua autoria a Morna do Ano e Tony Barros venceu na categoria Funaná. A Melhor Coladeira foi para a Lucibela com o tema “Amdjer ka Bitche”.
Hélio Batalha, um dos ausentes da noite, venceu na categoria de Afrobeat/Afropop/Afrohouse com o tema “Dexam Bua”, que foi recebido pela sua colega de tema Sónia Sousa. O Álbum do Ano foi para o Loony Johnson também ele ausente que dedicou o álbum ao falecido pai.
A noite contou com vários momentos musicais, sendo o ponto alto a atuação da mítica banda Livity que recebeu o prémio Carreira e prestou homenagem em palco a Jorge Neto.
A portuguesa Bárbara Bandeira, Jennifer Dias, Mirri Lobo, Supa Squad, Soraia Ramos e Lisandro Cuxi e Neyna foram as atuações da noite que se estendeu ate à uma da manhã e teve ainda a apresentação teatral da atriz mindelense Patrícia Silva.
No entender do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que marcou presença no evento, a primeira edição dos CVMA na ilha demonstra que “o Sal tem potencialidade e condições de acolher eventos culturais de grande dimensão e qualidade (como os CVMA)”.
“Qualquer evento desta natureza, ou eventos desportivos, temos o desporto náutico, com os nossos campeões no Kitesurf, são potenciais em termos de criação de mais condições de oferta turística, cultura, desporto particularmente desporto náutico, podem alavancar ainda mais o turismo aqui em Santa Maria e na ilha do Sal”, finalizou.
Responsabilidade Social
Sandra Horta, Garry e Gil Semedo foram os artistas aos quais foi atribuído um diploma com uma Nomeação de Ação Social, no âmbito do projeto de Responsabilidade Social deste ano dos CVMA – “Djuntu num Só Voz – Zero Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes”. Para a cantora que recebeu o prémio em seu nome e dos colegas esta é uma responsabilidade que já tinha antes. “De certa, nomeada ou não, todos temos essa responsabilidade porque a situação em Cabo Verde está um bocadinho crítica, nomeada ou não, já tenho essa responsabilidade.”
“Tenho estado a faze-lo mais ou menos conscientemente, desde que fui mãe também tenho cada vez maior noção que a nossa responsabilidade para com o mundo de amanhã tem aumentado, por isso tenho feito algumas ações digamos a nível pessoal, com a família, com pessoas nas escolas”, afirma e exemplifica que recentemente fizeram um concerto onde convidaram crianças desfavorecidas, bem como algumas ações nas escolas, salientado que a educação deve estar sempre lado a lado com qualquer sensibilização.
Local da Gala de 2024 ainda por decidir
Segundo Dilza Soulé, líder da organização do evento, “foi um grande desafio deslocar o evento até à ilha do Sal mas foi possível”. Apesar do repto lançado pelo edil da ilha do Sal, Júlio Lopes, a organização diz que ainda não sabe onde vai acontecer a XIII edição dos prémios da música cabo-verdiana. “É muito cedo ainda para decidirmos isto. Acabámos de celebrar mais uma edição.”
Por outro lado, a representante da organização referiu que uma das vantagens de deslocalizar o evento e faze-lo no único espaço do hotel permitiu “a convivência e a interação, que é um dos aspetos que é uma característica muito boa dos CVMA”. “Portanto não é só esta gala e a festa, mas também esta convivência (…) que não se consegue ter no dia-a-dia (…) é por isso que nós gostamos de nos identificar como a Festa da Música Cabo-verdiana”.
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