
Quinta-feira, 30 de Março, 2023
A coordenadora nacional do Programa de Nutrição, Irina Spencer, alertou ontem, dia 4, às mulheres cabo-verdianas para a alta taxa de prevalência de obesidade em relação aos homens em Cabo Verde, defendendo que “há uma necessidade urgente” de apostar na prevenção.
Irina Spencer falava à Inforpress no âmbito do Dia Mundial da Obesidade que se assinala hoje, 04 de Março, com o objectivo de incentivar soluções práticas para ajudar as pessoas a alcançar e manter um peso saudável.
Segundo informou, de acordo com últimos dados do Ministério da Saúde sobre as doenças crônicas não transmissíveis, a obesidade em Cabo Verde tende a “aumentar” e cerca de 14,3% da população adulta é obesa a nível do País.
“A nossa maior preocupação é com a população feminina que a situação é mais preocupante e alarmante, em que a taxa de prevalência é de 22,5% em relação aos homens, que é de 3,7%, com a faixa etária dos 18 aos 69 anos, mas esta questão vem desde a infância”, sublinhou.
Acrescentou ainda que o estudo de 2018 sobre o inquérito da vulnerabilidade alimentar das famílias mostra que cerca de 6% de crianças menores de 5 anos já apresentam pré-obesidade, e isso mostra que o excesso de peso e a obesidade têm vindo a aumentar não só na população adulta, mas a nível das crianças com a faixa etária mais baixa.
Esta responsável apontou que provavelmente a questão dos hábitos alimentares e sedentarismo são uma das principais causas da obesidade. Mas acrescentou também a alimentação inadequada, fatores ambientais, genéticos, hormonais e psicológicos, como outras causas.
Irina Spencer sublinhou ainda que a obesidade pode trazer várias complicações, como, o aumento da hipertensão arterial, diabetes e outras complicações metabólicas.
A nível do Ministério da Saúde, sobretudo nas estruturas de saúde, segundo Irina Spencer, tem vindo a apostar no tratamento, principalmente na questão da reeducação alimentar, para evitar o sedentarismo, aconselhando a prática de exercícios físicos com mais frequência e com maior tempo.
O sistema nacional de saúde, conforme a mesma fonte, tem a preocupação de apostar “mais na prevenção” do que no tratamento justificando que é “muito melhor” do que chegar ao patamar da doença, não só na questão da saúde pública, mas a nível financeiro é mais fácil e barato para tratar qualquer doença.
“Para apostar na questão da prevenção, o sistema nacional tem trabalhado na educação e reeducação alimentar não só nas estruturas de saúde, mas também através da comunicação social”, disse aquela coordenadora.
“Um dos principais desafios neste aspecto atualmente é os cuidados a nível das comunidades na questão da proximidade na comunidade que tem uma importância não só do sistema nacional de saúde, mas do poder local como, as escolas, locais de trabalho, destacando a responsabilidade também na indústria alimentar e restauração”, frisou a mesma fonte.
A principal recomendação para os obesos, de acordo com esta responsável, é procurar um profissional de saúde principalmente nutricionistas, psicológicos, para trabalhar em conjunto a mudança de comportamentos.
“Uma pessoa obesa há que saber qual é a principal causa dessa obesidade porque há vários factores que causam isto, por isso devem procurar um médico para diagnosticar se tem que ver com a questão hormonal, psicológica, maus hábitos alimentares ou sedentarismo, para traçar plano de educação e mudança de comportamento”, aconselhou.
A nutricionista recomendou, neste sentido, as pessoas a cuidarem mais da sua saúde, optando por um estilo de vida mais saudável, aconselhando a não comer na frente da televisão, reduzir o consumo de alimentos com excesso do sal, açúcar e condimentos, evitar o sedentarismo entre outros hábitos que prejudicam a saúde.
Inforpress
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