Abalo sísmico registado hoje é o de maior magnitude registado desde 2010 mas não representa perigo – INMG

A informação foi avançada pelo geofísico do Instituto Nacional de Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG), em São Vicente, Bruno Faria, assegurando que o sismo aconteceu pelas 03:16 e com o epicentro localizado a 20 quilómetros a sudoeste da costa de Monte Trigo, em Santo Antão.

O abalo, conforme a mesma fonte, teve como magnitude 5.1 e com epicentro registado no local onde em 2005 foi descoberto um campo eruptivo.

“Confirma-se que desde 2010 é o sismo de maior magnitude registado em Cabo Verde. Isso significa que há mais energia que foi acumulando ao longo do tempo que se liberou”, explicou Bruno Faria, citado pela Expresso das Ilhas.

“É muito provável que este evento esteja relacionado com processos vulcânicos”, explicou o geofísico.

Bruno Faria disse que na verdade foram dois sismos sobrepostos com cerca de dez segundos de diferença, sendo o segundo de maior magnitude.

A situação, asseverou, pode ser considerado “corriqueira” e já aconteceu duas ou três vezes há alguns anos, sabendo que, os sismos nesta zona são de alguma frequência, e com “mais ou menos” oito anos de intervalo.

“Não há perigo para a população de Cabo Verde”, afiançou o também director do Departamento de Geofísica do INMG, adiantando que o tremor de terra poderá ter causado algum susto na população e algum “estrago ligeiro”, mas “não a ponto de afetar a vida e causar feridos graves”.

Mesmo assim, Bruno Faria disse ser uma “prioridade” aumentar a capacidade de monitorização de atividade sísmica em Santo Antão, com aumento de estações sísmicas, que neste momento são quatro e funcionando há já 13 anos.

Por outro lado, considerou, pode-se adoptar outras formas de monitorização, como a deformação do solo, a mais comum, ou então utilizar uma rede de GPS.

Entretanto, o ideal, segundo a mesma fonte, seria renovar as quatro estações existentes e colocar mais quatro, embora, admitiu o geofísico, a extração em Santo Antão é “muito difícil” devido à sua característica montanhosa.

O presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil, Domingos Tavares, também presente na conferência de imprensa, afirmou que até agora não há registo de pedido de socorro nem em São Vicente, nem em Santo Antão, somente “alguns estragos materiais ligeiros”.

C/ Inforpress