
Quarta-feira, 4 de Outubro, 2023
A informação é do director nacional das Aldeias Infantis SOS Cabo Verde, Dionísio Simões Pereira, que falava à Inforpress sobre o assunto que mereceu uma declaração internacional por parte da directora executiva, Ingrid Maria Johansen, e a decisão tomada após um inquérito devido a denúncias de corrupção e violações em alguns países associados.
“Cabo Verde não faz parte desta lista, mas trata-se de um momento constrangedor da organização, pelo que decidimos partilhá-lo com os parceiros e sociedade no geral, pois, tem a ver com o trabalho que fazemos e com a atitude e comportamento dos colaboradores”, disse.
Segundo o director das Aldeias Infantis SOS Cabo Verde, após se constatar que nem todos os membros da organização cumprem com as regras e as políticas definidas pela federação em termos de cuidados e de uma governança alinhada com os princípios da organização, foram encomendados dois estudos que revelaram situações críticas.
Perante a confirmação das denúncias, sublinhou, as Aldeias Infantis SOS, através da sua directora executiva, Ingrid Maria Johansen, anunciou melhorias rápidas nas medidas de protecção e governança, confirmando, com “grande pesar”, os casos de violações e anunciando medidas para apoiar as vítimas, prevenir males e melhorar os sistemas por forma a garantir cuidados de qualidade para todas as meninas, meninos, adolescentes e jovens do programa.
Num comunicado divulgado pelas Aldeias Infantis SOS a que a Inforpress teve acesso, Ingrid Maria Johansen, afirma que a segurança e o bem-estar de meninas, meninos, adolescentes e jovens em programas SOS deve ser a “principal preocupação e a razão da existência da organização”.
“Estamos profundamente tristes porque houve casos dentro da organização em que alguns de nós não cumprimos nossa promessa de dar segurança às meninas e meninos. Em nome da federação, peço desculpas aos que sofreram abusos (…) por não seguirmos os procedimentos adequados e nem tomarmos medidas contra os abusadores (…)”, lê-se no comunicado em que Ingrid Maria Johansen lamenta “profundamente” ter havido momentos em que “traímos essa confiança”.
Ainda Dionísio Pereira, que admite estarem a viver “momentos de tristeza” ao constatar o uso indevido do recurso da organização, práticas de corrupção e abusos contra crianças e jovens, a federação entendeu que a situação deveria ser partilhada com os pares, parceiros e financiadores, esclarecendo por outro lado, que medidas já estão a ser tomadas.
Para isso, avançou que foi criada uma comissão independente para conduzir o processo para, de forma livre, tomar medidas necessárias, e uma figura de provedor para zelar pela auscultação dos casos e aprofundar a investigação.
Identificados por estas situações, segundo Dionísio Pereira, estão alguns países do continente Asiático, América Latina e África.
As Aldeias Infantis SOS foram fundadas em 1949 com a missão de dar um lar de amor a cada criança. Está presente em 136 países e tem aos seus cuidados cerca de 65.000 crianças e jovens.
Inforpress/Fim
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