
Quarta-feira, 29 de Março, 2023
A ANAS reagiu assim através de uma nota de esclarecimento à notícia veiculada pela Inforpress em que aquele investigador nas áreas de qualidade de água e do solo em climas semi-áridos afirma que a qualidade de água na ilha de Santiago “tem vindo a degradar-se ano após ano, derivado a vários factores”, apontando para a questão da sobre-exploração dos pontos de água, principalmente dos furos.
“A denúncia pública feita pelo putativo especialista e que deu origem à matéria publicada pela Inforpress e divulgada por diversos outros órgãos de comunicação social é genérica, avulsa e peca por manifesta falta de rigor e de precisão, no que tange aos parâmetros avaliados e omite ainda a informação sempre necessária sobre se os valores desses mesmos parâmetros se situam acima ou abaixo dos limites estabelecidos pelas normas vigentes”, lê-se.
A ANAS diz também que a “dita peça” é também “muito vaga”, visto que não precisa nem o tipo de captação, nem a sua localização e muito menos o destino final da água produzida.
“Ademais, ela é ilusória, porque não faz nenhuma alusão ao método estatístico de tratamento dos resultados da qualidade da água, constituído pelos seguintes parâmetros: o número de amostragens, a média, a mediana, a variância e a covariância e outras medidas e os intervalos estatísticos da qualidade da informação científica”, realça.
Por outro lado, prossegue o regulador afirmando que o facto de ter ainda desprezado parâmetros tão relevantes como métodos analíticos de referência utilizados, pontos controlados, tipo de amostragem e a referência sobre o laboratório onde foram realizados os ensaios laboratoriais, obriga a concluir “que a peça publicada carece gravemente de qualidade científica e, consequentemente, de qualquer credibilidade”.
Ainda na mesma nota, a ANAS assegurou à sociedade que estão em curso medidas adicionais de controlo e seguimento da qualidade de água, tanto para o consumo humano, como para o sector de irrigação.
“Uma dessas medidas consiste na introdução, já a partir deste corrente ano, de um Módulo de Qualidade de Água na estrutura do Relatório Anual de Qualidade de Água e Saneamento (RASAS), a fim de obrigar as operadoras do sector a imprimir uma nova dinâmica no controlo de qualidade de água e a informar aos seus clientes sobre a qualidade de água servida”, frisou.
No que toca às normas de qualidade de água para a irrigação, diz a agência que Cabo Verde tem, à semelhança de vários outros países, adoptado os parâmetros de referência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
“Ademais, com a criação da empresa pública de gestão de sistemas de rega (AdR), a ANAS preconiza ainda reforçar não só os seus mecanismos de controlo de exploração de furos, mas também os de controlo de água destinada à irrigação de culturas alimentares”, finalizou.
Inforpress/Fim
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