
Sábado, 23 de Setembro, 2023
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu hoje à Etiópia que “aprofunde a paz” na região norte do país devastado pela guerra e anunciou um pacote de ajuda de 331 milhões de dólares no início de uma visita a Addis Abeba que visa reparar as relações abaladas pelo conflito de quase quatro anos.
“É um momento muito importante, um momento de esperança, dada a paz que se estabeleceu no norte”, disse Blinken no encontro com o vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Etiópia, Demeke Mekonnen”.
“Há muito a ser feito, mas o mais importante é continuar a aprofundar a paz que agora está se estabelecendo no norte”, sublinhou o chefe da diplomacia americana.
Durante a reunião, as autoridades discutiram o estabelecimento de uma administração regional interina em Tigray, que faz parte do acordo de paz assinado em Novembro de 2022.
Blinken, que alegou que crimes contra a humanidade foram cometidos durante a guerra, reiterou que seu objectivo era “fortalecer o relacionamento” com a Etiópia, sede da União Africana, enquanto o Presidente Joe Biden pressiona por relações mais estreitas com os países africanos.
O secretário de Estado encontrou-se também com o primeiro-ministro Abiy Ahmed, que escreveu no Twitter que os dois “concordaram em fortalecer as relações bilaterais de longa data (entre) nossos países com o compromisso de parceria”.
Ajuda para todos
A imprensa não teve acesso a essa reunião entre Blinken e Ahmed.
A nova ajuda dos Estados Unidos, que eleva a assistência humanitária total de Washington à Etiópia para mais de 780 milhões de dólares no ano fiscal de 2023, destina-se, segundo disse Blinken aos jornalistas, “a todos, não a um grupo ou região”.
“Queremos garantir que quem precisa receba essa assistência”, disse.
O Governo e a Frente de Libertação do Povo do Tigray (FLPT) chegaram a um acordo de paz em Novembro que tem estado a ser respeitado, apesar de alguns contratempos.
O Executivo suspendeu os bloqueios na região desde o acordo para permitir a entrada de ajuda humanitária, enquanto a FLPT entregou ao Governo suas armas pesadas.
Antes da viagem, a Amnistia Internacional pediu ao secretário de Estado dos EUA que coloque os direitos humanos no centro das negociações.
A Etiópia tem feito lobby para interromper uma investigação apoiada pela ONU sobre violações de direitos humanos no país, que disse ter motivação política.
Um relatório dos investigadores da ONU, rejeitado pela Etiópia, confirmou violações generalizadas de ambos os lados durante a guerra, incluindo o uso da fome pelo Governo como método de guerra.
Depois da Etiópia, o secretário de Estado americano desloca-se ao Níger com a lutar contra o terrorismo no Sahel na agenda.
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