Assinala-se hoje o Dia dos Heróis Nacionais e os 50 anos da morte de Amílcar Cabral

Celebra-se hoje o 20 de Janeiro, Dia dos Heróis nacionais, data que homenageia antigos combatentes da pátria e relembra a morte de Amílcar Cabral, considerado um dos líderes africanos mais carismáticos, influentes e figura de destaque no continente africano.

Amílcar Lopes Cabral, fundador do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), morreu depois de uma luta armada iniciada em 1962 contra o colonialismo português. E 61 anos depois, Amílcar Cabral permanece como uma figura central da história de África, em especial a de Cabo Verde e da Guiné-Bissau.

Nasceu a 12 de Setembro de 1924, em Bafatá, Guiné-Bissau, filho de Juvenal Cabral e Iva Pinhel Évora. Aos 12 anos de idade, deixa a então Guiné Portuguesa e junta-se ao pai que, nessa altura já havia regressado a Cabo Verde, e efectua os seus estudos primários na Rua Serpa Pinto, na Praia.

Radicado em Achada Falcão, Santa Catarina, no interior da ilha de Santiago, segue mais tarde para a ilha de São Vicente, onde termina os estudos liceais em 1944, tendo sido classificado como o melhor aluno.

Em 1945, Cabral foi um dos primeiros jovens das então colónias portuguesas a serem contemplados com uma bolsa de estudos para Portugal e matricula-se no Instituto Superior de Agronomia em Lisboa.

Foi então que conheceu vários nacionalistas africanos como Marcelino dos Santos, Vasco Cabral, Agostinho Neto, Eduardo Mondlane e outros estudantes que viriam a ser futuros líderes dos movimentos de libertação.

Depois de concluir o curso, em 1952, Cabral casou-se com a portuguesa Maria Helena Rodrigues. Teve duas filhas, Iva e Irina, e, mais tarde, separou-se de Maria Helena, tendo se casado depois com Ana Maria Cabral, natural da Guiné-Bissau.

No ano seguinte, é colocado como engenheiro agrónomo na Guiné-Bissau, para trabalhar na estação agrária experimental de Pessubé.

Em 1956, depois de ter militado durante cerca de um ano no MING (Movimento de Libertação Nacional da Guiné), Amílcar Cabral funda o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), a 19 de Setembro, juntamente com Aristides Pereira e outros nacionalistas cabo-verdianos e guineenses.

Em 1960, Cabral decide fugir com os seus companheiros para a Guiné-Conakri onde ficaria instalada a sede do PAIGC e começa a trabalhar ativamente nos preparativos para o reforço do PAIGC e o arranque da luta armada de libertação nacional.

A 23 de Janeiro de 1963 inicia-se a luta armada na Guiné-Bissau.

Além da política, Amílcar Cabral destacou-se como poeta e profundo pensador do seu tempo e é considerado um dos principais nacionalistas africanos, “pai” da independência conjunta da Guiné-Bissau oficialmente a 10 Setembro de 1974 e de Cabo Verde, a 5 Julho de 1975.

A 20 de Janeiro de 1973, Amílcar Cabral foi assassinado, em Conacri, numa altura em que travava uma luta armada contra o exército português.

Inforpress

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest