Cabo Verde cria Laboratório Nacional de Referência para Controlo de Qualidade para o diagnóstico do paludismo

Cabo Verde já dispõe do Laboratório Nacional de Referência para Controlo de Qualidade para o diagnóstico do Paludismo e prevê receber a certificação como País livre de paludismo em Abril deste ano, informou esta quarta-feira, 18, o coordenador do programa.

O referido laboratório foi criado no âmbito da preparação da certificação da eliminação do Paludismo, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O coordenador do Programa de Luta Contra o Paludismo (PNLP), António Moreira, que falava à Inforpress, avançou que o Laboratório Nacional de Referência para Controlo de Qualidade para o diagnóstico do Paludismo está ativo desde o dia 26 de Dezembro de 2022, com quatro técnicos nacionais, certificados pela Avaliação de Competências Externa de Microscopia da Malária para os Microscopistas (ECAMM/OMS – sigla em inglês).

Neste momento, ressaltou, o laboratório, sediado no Centro de Saúde de Tira Chapéu, Praia, está a receber lâminas de paludismo de laboratórios de diferentes estruturas de Santiago para reconfirmar a qualidade do diagnóstico.

“O paludismo é uma doença esporádica que exige ter ́expert` em fazer leituras, ter muito treinamento, porque geralmente é muito difícil fazer o diagnóstico. De maneira que este laboratório vai nos ajudar a infirmar se o diagnóstico é ou não correto, ou seja, proporciona maior qualidade ao diagnostico”, explicou António Moreira.

O coordenador avançou ainda que Cabo Verde está a trabalhar com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros parceiros, e se tudo estiver conforme, o arquipélago, “provavelmente” receberá a certificação como País livre de paludismo no início do segundo trimestre deste ano, isto é, em Abril.

O Laboratório Nacional de Referência para Controlo de Qualidade para o diagnóstico do Paludismo era uma das recomendações da missão da OMS para Pré-certificação de Cabo Verde como livre da transmissão autóctone do paludismo, realizado no ano passado.

As autoridades sanitárias do País, juntamente com seus parceiros, têm vindo a trabalhar, há anos, no sentido de eliminar a transmissão autóctone do paludismo.

Desde Janeiro de 2018 que Cabo Verde não registou nenhum caso autóctone, ou seja, zero caso de paludismo nos últimos quatros anos, o que já coloca o País em situação de pré eliminação da malária.

Em Dezembro de 2021, o Ministério da Saúde apresentou um pedido oficial ao diretor-Geral da OMS para a certificação de Cabo Verde como País livre de paludismo. Desde então, o país tem recebido várias missões internacionais para avaliar a condição nacional e fazer a preparação para o alcance deste grande objetivo sanitário.

O paludismo ou malária é uma doença parasitária do sangue, provocada por um protozoário do gênero plasmodium, transmitido através da picada de um mosquito (do género anopheles). É endémica em vários países tropicais, sendo potencialmente fatal se não tratada atempadamente. Na nossa sub-região da África Ocidental, esta doença provoca todos os anos, milhões de mortes.

Inforpress

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