
Sábado, 4 de Fevereiro, 2023
A capital de São Tomé e Príncipe acordou hoje à espera dos resultados das eleições legislativas, que cedo pela manhã ainda não tinham sido anunciados, com os palpites a multiplicarem-se nas ruas sobre quem estará no próximo Governo.
Pouco depois das 06:00 locais (menos uma hora em Cabo Verde), as ruas de São Tomé estavam calmas: duas senhoras varriam as folhas secas e algum lixo com vassouras artesanais e carros ou motos passavam esporadicamente.
O início do ano letivo foi adiado para 03 de outubro, para não coincidir com o período de campanha eleitoral, e por isso não se veem os habituais grupos de crianças, todas vestidas com fardas iguais, a caminho das escolas.
Perto do Palácio da Presidência, um homem, motorista de profissão, lavava os tapetes da carrinha.
“O ADI [Ação Democrática Independente, oposição] vai à frente, mas sem maioria absoluta”, disse. Ao seu lado, um amigo completou: “Nem vai ter”.
Em São Tomé e Príncipe, os resultados das mesas de voto vão sendo anunciados ao longo da noite, em transmissão direta, na televisão (TVS) e na Rádio Nacional, e são muitos os eleitores que seguem a evolução da contagem.
“Estive a ouvir até à meia-noite, depois tive de ir descansar”, comentou o motorista.
Um taxista também ficou a ouvir os dados das assembleias de voto. “Está a demorar muito” a terminar o processo de contagem, considerou, enquanto se mostrava convicto que nenhum partido conseguiu alcançar maioria absoluta (28 dos 55 deputados à Assembleia Nacional).
A portuguesa Helena Figueiredo, proprietária de um hotel no centro da capital, também seguiu a transmissão até perto das 03:00, mas acabou por desistir porque “estava a ser muito lento”.
“Normalmente de manhã já se sabe quem ganhou, mas hoje não”, referiu, comentando que a disputa estava “muito renhida”.
A portuguesa, residente em São Tomé há 28 anos, disse esperar que houvesse maior discrepância de resultados, a penalizar o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), no poder, porque “o país nunca esteve tão mal como está agora, está mesmo no fundo do poço”.
O país realizou este domingo eleições legislativas, autárquicas e regional do Príncipe – onde o partido no poder (UMPP) já reivindicou vitória por maioria absoluta.
Se de manhã cedo ainda se desconhecia qual será o partido vencedor, numa coisa os são-tomenses e expatriados eram unânimes: o ambiente pacífico com que decorreu a campanha eleitoral e o dia da votação.
O português José Mendes, 72 anos, 30 dos quais em São Tomé, como proprietário de restaurantes, participou nas iniciativas de campanha do MLSTP/PSD.
“Tudo sempre calmo, não houve nada. Há um civismo, nesse sentido”, afirmou.
Um motoqueiro concordou: “Está tudo calmo. Se alguém tivesse maioria absoluta, já havia barulho nas ruas”.
Um homem que passava junto à sede do Governo também destacou o bom ambiente com que o país viveu as eleições: “Não houve problema nenhum. Foi praticamente uma coisa festiva”.
Inforpress/Lusa
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