
Segunda-feira, 5 de Junho, 2023
O ministro do Mar, Abraão Vicente, garantiu este sábado, 04, na Cidade da Praia, que até o ano 2026 o Governo entregará um conjunto de obras que vai revolucionar o sector da pesca em Cabo Verde.
O governante fez estas considerações à imprensa no acto de entrega de 10 botes de fibra da Associação dos Operadores de pesca de Gambôa e Associação de Pescadores e Peixeiras de Achada Grande Trás, no âmbito do primeiro edital de fibragem de embarcações de pesca a nível nacional, financiado pelo Ministério através do Fundo Autónomo das Pescas.
“Se tudo correr como planeado e não tiver nenhuma pandemia como aconteceu em 2020 acredito que até 2026 vamos entregar aos cabo-verdianos um conjunto de obras que possa mudar radicalmente e revolucionar o sector de pescas, voltando o sector também para África”, asseverou.
Abraão Vicente anunciou, nesta senda, que enquanto presidente da Comissão Regional de Pesca da sub-região Africana participará de uma reunião nos dias 3 e 4 de Março, em Dakar, com o efeito de passar a presidência ao Senegal, mas também para desenhar um conjunto de medidas de apoio financeiro ao sector.
Portanto, Abraão Vicente disse acreditar que nos próximos meses Cabo Verde terá “boas novidades”, por isso incentivou os empreendedores cabo-verdianos a olharem para a pesca como um sector que vai “alavancar” o crescimento económico de Cabo Verde.
Quanto aos investimentos externos, o governante criticou que se fala muito do contrato de Cabo Verde com a União Europeia, mas defendeu a necessidade de formalizar outros tipos de contratos com outros países que também pescam nas águas deste arquipélago, de entre eles, exemplificou o Japão, a China, os Estados Unidos e países continentais africanos.
“Temos que ser mais ambiciosos nos próximos anos por uma razão muito simples, é cada vez mais escassa disponibilidade de recursos vivos nos mares, isto significa que Cabo verde sendo responsável para quase 800 quilómetros quadrados, 99,3% de mar, temos que pôr um preço ainda mais elevado aos recursos que são pescados nas nossas águas. Vamos ter uma comissão mista, no dia 09, para avaliar e acredito que Cabo Verde tem que traçar um outro nível de ambição”, sublinhou.
Em relação à falta de investimentos no sector, na ilha de Santiago Norte, Abraão Vicente considerou ser um “pouco dramático”, após 48 anos depois da independência, ver o sector do mar com falta de apoio em terra, falta de portos de melhor qualidade, de infraestruturas de congelamento.
“Temos estado, de certa forma, erradamente focados na produção de gelo. Gelo é importante se a quantidade de peixe pescado é suficiente para congelar, transformar e colocar a indústria a funcionar. Isto quer dizer que temos que mudar a ambição. Ouvi os deputados do PAICV, mas repara que passamos 15 anos com programas de mitigação e combate à pobreza sem pensar no desenvolvimento do sector”, frisou, ministro.
Segundo Abrão Vicente “homens e mulheres do mar não querem só sobreviver”, de maneira que, assinalou ser fundamental industrializar o sector do mar.
“E quando vimos embarcações com 20, 30, 40 mil contos a serem construídas significa que já temos uma mudança”, acrescentou.
O Governo, precisou o ministro do Mar, já dispõe de financiamento, através de linha de financiamento do Banco Mundial, para nos próximos dois a três anos alargar e reformular totalmente o porto da Ribeira da Barca, na ilha de Santiago.
Anunciou, igualmente, que será inaugurado no dia 24 deste mês a parte da primeira fase das obras do porto de Santa Cruz, comunicando que será construído a nível nacional um conjunto de desembarcadores para dar maior segurança às comunidades piscatórias.
Inforpress
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