Instituto Internacional da Língua Portuguesa identifica escolarização e tecnologia como alguns dos maiores desafios da língua

O diretor-executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, João Laurentino Neves, disse ontem, dia 5, que a escolarização e as tecnologias, bem como torná-la mais atrativa e próxima das pessoas são alguns dos desafios enfrentados pela língua portuguesa.

João Laurentino Neves avançou esta informação durante uma mesa redonda que reuniu chefes de missão de países da Comunidade de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) na Cidade da Praia, para assinalar o Dia Mundial da Língua Portuguesa em torno do tema “Desafios para a Língua Portuguesa na era das tecnologias e do digital”.

De acordo com este responsável, a língua portuguesa por ser uma língua global presente em quatro continentes através de nove países possui diversos desafios, destacando o ensino e aprendizagem na escola que, conforme sublinhou, consta da agenda “presente e futuro” da língua portuguesa elaborada pela CPLP.

“Que estatuto tem a língua portuguesa, qual é a importância nos sistemas educativos, que mecanismos para a formação de professores, todas estas questões que os países no âmbito da CPLP discutem, é um elemento importantíssimo da agenda da língua portuguesa” disse, lembrando que a diáspora tem um papel fundamental na difusão da mesma.

Segundo avançou, outro desafio identificado pelo instituto tem a ver com a característica pluricêntrica da língua portuguesa, na medida em que, fundamentou, deve-se estabelecer uma ferramenta “para cada um dos que fala a língua portuguesa levando em conta que acedemos ao mundo através dela”.

A participação em organizações internacionais e a ciência constituem também outros desafios, adiantou, realçando a importância do acesso ao conhecimento por forma torná-la mais atractiva e próxima das pessoas, visto que integra mais de 30 organizações internacionais como língua de trabalho e documentação.

“O último critério tem a ver com a participação nas redes de cultura, ciência e acesso ao conhecimento. Felizmente, nas plataformas digitais, na ciência, na literatura, temos uma língua que é pujante e diversa”, considerou.

Por seu lado, a embaixadora de Angola, Júlia Machado, defendeu que ao falar da língua portuguesa tem de comemorar também a cultura lusófona, ressaltando a necessidade de promover e preservar, melhorando, a qualidade do ensino nas escolas.

A embaixadora sublinhou que neste quesito, Angola tem tratado esta questão de forma “concreta”, assegurando que tem lecionado a língua desde o pré-escolar, lembrando que é falada por 71% dos cidadãos, sendo que a maioria o considera como língua materna.

A mesma propôs aos países da CPLP que “cuidem da formação dos professores” garantindo, efectivamente, resultados nas metas para o ensino e aprendizagem da língua portuguesa no mundo.

“Porque não cuidando do ensino da língua portuguesa aos vários níveis, desde os primeiros anos de escolaridade, teremos lacunas nas outras áreas da cultura e essa questão de que se fala muito da leitura e inclusão dos hábitos de leitura tem também muito a ver com o ensino e a formação dos professores” alertou.

Inforpress

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