
Segunda-feira, 4 de Julho, 2022
O ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, considerou hoje que o projecto Reflor CV trouxe mais uma pedra na edificação da “enorme estrutura” de resiliência de Cabo Verde na luta contra a desertificação e da conservação dos solos.
O governante fez estas considerações hoje à imprensa, à margem da sexta reunião do Comité de Pilotagem do Projeto “Reforço da capacidade de adaptação e resiliência do sector florestal em Cabo Verde” – REFLOR-CV, que decorre na Cidade da Praia.
Esta que é a última no quadro deste projecto tem como finalidade fazer o balanço das realizações físicas e financeiras do projecto, perspectivar os meses que faltam para ultimar a sua implementação.
Para Gilberto Silva, o contexto difícil da implementação deste projecto contribuiu para que as lições tiradas fossem úteis para a própria capacidade de gestão e para o país.
“Vivenciamos durante todo o período do projecto, praticamente o ambiente de seca, a pandemia da covid-19 que muito impactou o nosso País, tanto do plano sanitário, mas acima de tudo, também no plano social e económico que não deixa de ter uma relação muito próximo com o próprio meio”, explicou.
Na sua perpectiva, o Reflor CV trouxe mais uma pedra na edificação desta “enorme estrutura de resiliência” de Cabo Verde de luta contra a desertificação e da conservação dos solos.
“Nós costumamos dizer que nas condições áridas, com base científica, pode levar 500 anos a constituir um centímetro do solo, agora num contexto de aridez e desertificação e utilização insustentável dos recursos podemos perder vários centímetros num só ano”, afirmou.
O desafio agora, segundo o ministro, é melhorar, cada vez mais, a actuação, a capacidade de gestão, os investimentos no sentido de, “de facto”, se conservar muito bem aquilo que se tem e deixar para as gerações futuras o melhor que se pode deixar.
Entretanto, avançou, que uma nova fase da Reflor deverá ser discutida entre os parceiros institucionais do projecto e entre os parceiros da cooperação para ver como continuar com os resultados conseguidos até o presente.
Por seu lado, a coordenadora do projecto Reflor CV, Luísa Morais, afirmou que a pandemia introduziu enormes desafios no desenrolar da metade do projecto, apesar de assegurar que todos os intervenientes estão orgulhosos pela execução conseguida, que ultrapassa os 90 por cento (%) daquilo que estava estabelecido.
“No terreno, em termos de área a ser tratada, ou seja, áreas novas a ser restauradas, estavam previstos 400 hectares de cada uma dessas áreas e acabamos, na prática, de ultrapassar os 500 hectares dessas áreas”, indicou.
Acrescentou ainda que foram fixadas mais de 3.000 mil plantas, apesar dos sucessivos anos de seca desde 2017, tendo a taxa de sobrevivência média rondado os 60%, e em perímetros de altitude como Monte Velha, Rui Vaz e Serra Malagueta conseguido alcançar cerca de 70%.
“Temos um pacote de reforço excepcional de extrema importância, onde para além da capacitação e de todas consultorias, vamos sair com produtos muito relevantes que tem que ver com a revisão e actualização da lei fiscal que é de 99, e os instrumentos de planeamento e gestão de sistemas florestais nas três ilhas onde o projecto intervém, as ilhas de Santiago, Fogo e Boa Vista”.
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