
Sexta-feira, 8 de Dezembro, 2023
O Grupo Parlamentar do MpD revelou esta sexta-feira, 03, que rejeitou a resolução para comemorar o Centenário de Amílcar Cabral porque o “PAICV pretende tirar mais aproveitamento político do que fazer uma sincera e objetiva homenagem à figura”.
O líder do Grupo Parlamentar do Movimento para Democracia (MpD), Paulo Veiga, disse que discorda das vozes que nos últimos dias se tem levantado contra os deputados que sustentam o poder, alegando que votaram em consciência e de acordo com as políticas e ideologias do partido, colocando os interesses nacionais acima de quaisquer quezílias políticas.
Ladeado pelos parlamentares Euclides Silva e Celso Ribeiro, Paulo Veiga criticou a forma como o PAICV (oposição) “se está a propor celebrar o centenário de Amílcar Cabral, através de uma resolução que, sublinhou, não tem nenhuma eficácia externa”
Sublinhou que na democracia o consenso constrói-se nas diferenças e que se deve saber respeitar e conviver com ideias diferentes, afirmando que foi o Governo do MpD que concedeu a nacionalidade cabo-verdiana a Amílcar Cabral, enquanto herói nacional, em Julho de 2000.
“O PAICV está a querer brincar com a inteligência e a memória dos cabo-verdianos e como temos uma oposição vazia, oca e sem conteúdo, tenta criar mais um facto político, mas os cabo-Verdianos estão atentos. Chegar a tal conclusão, que nós os deputados do MpD somos contra a figura de Amílcar Cabral pelo facto de não associarmos a uma paródia que está a ser inventada por aqueles que nunca souberam valorizar Cabral”, realçou.
Quanto às críticas do Presidente da República, José Maria Neves, à forma como a resolução foi rejeitada, o líder dos parlamentares do MpD disse entender que elas foram endereçadas ao PAICV, enquanto proponente da resolução, quando o chefe de Estado defende que “isto não deveria ser discutido se não houvesse um consenso”.
“Se não queríamos fazer este jogo político que está a acontecer agora, não seria levado. O PAICV sabia que havia opiniões divergentes no conteúdo e na forma como queriam apresentar este documento”, esclareceu, considerando, por outro lado, alinhar-se com o lamento do presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, alegando que “ele agiu bem”.
Apregoando o MpD como o partido da liberdade e da democracia, Veiga referiu não poder aceitar a apropriação da figura de Amílcar Cabral, para ser uma figura de veneração, campanha e intoxicação política, ressaltando que estudiosos de Amílcar Cabral costumam recordar que o próprio Cabral não era muito dado a reconhecer essas práticas políticas.
“Amílcar Cabral foi um chefe partidário, portador e seguidor de uma determinada ideologia política. Na verdade, ele não chegou a ser uma figura do Estado de Cabo Verde, devido a seu assassinato, embora reconhecemos os efeitos e as razões da sua luta. O que o PAICV queria, com esse centenário, é obrigar a República a missionar uma figura que também foi partidária”, explicou.
As instituições do Estado são da República, explicitou, acrescentando que “é no mínimo polémico a utilização das instituições do Estado, para uma espécie de veneração e intoxicação políticas, sobretudo nas vésperas de todas as eleições nacionais.
“Já não estamos na época de partido/estado! Existem nas leis da República, formas de homenagear figuras públicas destacadas, como é o caso de Amílcar Cabral. E somos a favor, sim, de acordo com o que a República tem de leis, fazer todas as homenagens legais ao Amílcar Cabral”, observou.
O Grupo parlamentar do MpD, considerou, agiu em coerência com os princípios do Estado de Direito Democrático que defendeu desde a sua criação, pautando pela legalidade democrática, dando o cabal cumprimento à “lei mãe”, instrumento que assegura as nossas liberdades.
Inforpress
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