“Nenhum país saiu do subdesenvolvimento ou da pobreza através de subsídios”, diz autarca de São Miguel

O presidente da Câmara Municipal de São Miguel, Herménio Fernandes, disse esta quinta-feira, 16, aos jovens que nenhum local ou país consegue sair do subdesenvolvimento ou da pobreza com a atribuição de subsídios.

O autarca fez esta reparação no ato de entrega de 18 kits de auto-emprego a jovens do município, em parceria com a Direção-Geral do Emprego, o IEFP e a Acrides, reforçando que para que um cidadão se sinta “feliz e autónomo” é preciso que este tenha emprego e consiga arcar com as suas despesas sem dependência.

Segundo o edil, nos últimos cinco anos,  iniciativas do tipo tornaram-se frequentes, nomeadamente formações, ações de capacitações, apoio para pequenos negócios, disponibilização de micro-créditos, entrega de kits de primeiro emprego, apoio em diversos projetos, a mulheres, profissionais do sector informal no município, por a autarquia entender que isso é a forma mais viável de lutar contra a pobreza.

“Através de atividades que geram empregos, negócios e rendimentos para as famílias,  é possível contribuir para o desenvolvimento do município e do País”, disse Herménio Fernandes, realçando que o município mobiliza parceiros, nomeadamente o Governo, através do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) ou outros fundos, Escola do Mar, instituições e organizações privadas, entre outras iniciativas,  para apoiar os jovens e pessoas com força de vontade para trabalhar e ter o seu rendimento.

“Nenhum país conseguiu sair do subdesenvolvimento e sair da pobreza pela via de subsídios”, enfatizou, defendendo que pode atribuir subsídios sim, mas para aqueles que não conseguem trabalhar. Porém, para os que conseguem trabalhar, o edil vincou que  é preciso formá-los, capacitá-los, dá-los mais conhecimento e força para terem a sua vara para pescar.

O edil informou ainda que mais adiante terá um outro grupo que vai beneficiar de formações e kits, por  acreditar que “não há nenhum instrumento para a organização pessoal que não seja o trabalho”, pois é este que ajuda as pessoas a terem dignidade, mais autonomia e contribuir para o desenvolvimento económico local.

Por seu turno, Isildo Timas, diretor do projeto financiado pela organização ECPAT Luxemburgo na ACRIDES, sustentou que no âmbito deste projeto,  tendo em conta que há casos de abusos e exploração sexual de menores em Cabo Verde, depois de um estudo feito,  mostra-se que a maior parte dessas crianças são filhos de mães solteiras que se encontram mais vulneráveis.

E dentro desse projeto, evidenciou que decidiram juntamente das câmaras municipais que estes dão formações na área de pequenos negócios e a ACRIDES, através do projeto,  oferece os kits, para que juntos possam ter mais impacto e apoiar mais famílias.

No âmbito deste projeto já tinham sido beneficiadas cinco famílias no município de São Miguel em 2022, e hoje fizeram a entrega de mais 10 kits.

Entretanto, informou que já foram também beneficiadas famílias de outras ilhas e municípios com o projecto, nomeadamente em Santo Antão, São Vicente, Fogo, Tarrafal de Santiago e Santa Catarina de Santiago.

Pede aos beneficiários para tirarem o melhor proveito do que escolheram e que fazem com que isso se multiplique.

Ana da Silva,  em nome dos beneficiários,  enalteceu esta iniciativa, destacando que ela foi beneficiada para desenvolver a sua atividade na área da pecuária, tendo recebido raças melhoradas.

Entretanto, lembrou aos colegas beneficiários que é com “pouco que se cria muito”, pedindo-lhes para terem garra e honrar o que hoje receberam, mas que também consigam mais adiante gerar empregos para outras pessoas no município.

Inforpress

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