PAICV: Compromissos do Governo para com ilha do Fogo assumidos em 2016 estão ainda por cumprir

Numa conferência de imprensa para fazer balanço da visita ao círculo eleitoral, no quadro da preparação da segunda sessão plenária de Março, os deputados do PAICV que auscultaram as câmaras municipais para se inteirarem do processo de desenvolvimento, consideraram que, no geral, “há uma dinâmica bastante aceitável por parte das câmaras municipais”, mas que o mesmo não acontece da parte do Governo.

“Os compromissos menores deste Governo estão a marcar passo: a estrada de Chã das Caldeiras a Campanas de Cima está novamente parada, o asfalto do porto para a cidade de São Filipe tem já um atraso de quase três anos”, disse a deputada Eva Ortet, sublinhando que as três câmaras municipais “reivindicam mais recursos do Estado, menos burocracia na justificação e mais rapidez nas transferências” e que a de Santa Catarina do Fogo pede o aumento do Fundo de Financiamento Municipal e reposição da discriminação positiva suspensa em 2022.

No dizer dos parlamentares, a população de Chã das Caldeiras continua a aguardar pelo assentamento que era para todos os desalojados, depois reduzido para 70 habitações e agora para quarenta, acrescentando que essas 40 famílias, neste momento só receberam um lote cada e 100 mil escudos.

Por outro lado, a mesma fonte sublinha que muitos dos habitantes de Chã das Caldeiras sentem-se injustiçados com a falta de rigor na devolução dos terrenos perdidos, da não construção da adega definitiva e da pouca atenção por parte do Governo.

Os três parlamentares congratularam-se com a dinâmica das câmaras municipais de São Filipe e dos Mosteiros na mobilização de recursos extramunicipais e na realização de assinaláveis obras.

A visita permitiu aos deputados encontrar-se com alguns criadores dos três municípios e, segundo Eva Ortet, “há enormes problemas” com a quantidade e regularidade da água e com o “total abandono” por parte do Ministério da Agricultura, devido a falta de veterinários já que desde 2016 não há um único veterinário afecto ao Ministério, em toda a ilha do Fogo.

“Nos Mosteiros a municipalização da agricultura e da pecuária foi um erro porque o Governo delegou problemas e não transferiu nenhum recurso”, referiu Eva Ortet enquanto porta-voz dos deputados do PAICV, sublinhando que o problema maior foi a passagem da gestão de água de rega para a câmara municipal e não para a Águabrava, situação que está sendo equacionada neste momento com a passagem da gestão para a Águabrava.

Segundo a mesma fonte, a autarquia de São Filipe reclama maior atenção do Ministério da Saúde já que por falta de reagentes e recursos humanos fica obrigada a encaminhar mais pacientes para hospitais centrais, enquanto o governo está em falta com o reembolso das passagens, mas também do deficiente funcionamento das Unidades Sanitárias de Base (USB) ou não funcionamento de outras.

A derrocada ocorrida recentemente na estrada nacional de Sumbango, nos Mosteiros, consta da lista das preocupações dos deputados do PAICV que chamam a atenção do Governo para uma intervenção definitiva já que ultrapassa a capacidade financeira da câmara municipal, subscrevendo a proposta de construção de um túnel para mais segurança evitando a ocorrência de eventuais danos maiores no futuro.

Inforpress