
Sábado, 2 de Dezembro, 2023
O deputado e membro do Conselho Nacional do PAICV (oposição), Luís Pires, acentuou que a transição energética continua sendo uma das “falácias” do atual Governo, alertando para um “claro retrocesso” no sector da energia em todo país.
Em conferência de imprensa na sede do partido, na cidade da Praia, Luís Pires explicou que a central única do Fogo, terceira montada e inaugurada pelo PAICV em 2016 para reforçar a capacidade de distribuição de energia na ilha, representa um investimento de 5,8 milhões de euros.
No entanto, criticou que após oito anos, o Governo, além de não ter feito “nenhum investimento” no sector, também “não fez a devida planificação e manutenção” da central única.
Luís Pires considerou que o abandono da moderna central fotovoltaica, avaliada em 100 mil contos e construída durante os anos de governação do PAICV, configura “um crime”, da mesma forma que ilustra “muito bem” a insensibilidade deste Governo para com a atual situação da ilha do Fogo.
O deputado eleito pelo círculo eleitoral do Fogo salientou, de igual modo, que a referida central solar já debitava de mais de 80% da sua capacidade na rede da Electra quando teve pequenos problemas em duas das 17 torres.
“Este Governo não tem como justificar o abandono de um projeto dessa envergadura que poderia estar, neste momento, a ajudar na bombagem da água, evitando o corte deste bem essencial que também já se verifica agudizando ainda mais os problemas” salientou, alertando que sem intervenções, Cabo Verde corre o risco de retrocessos “piores” semelhante os vividos nos anos 90.
“Todos os cabo-verdianos sabem e não há como desmentir que depois do Oret, projeto estruturante que integrou toda a rede elétrica da ilha, acabando com as pequenas centrais e culminando na central única, e que depois do projeto seis ilhas, com autênticas revoluções em termos de novas extensões e remodelações na iluminação pública, não houve, a partir de 2016, nenhum investimento significativo no setor da energia”, sustentou.
Para o maior partido da oposição, esta “situação caótica” mostra a “ausência de planeamento e investimentos” no sector, e por isso apelou aos autarcas a tomarem “posição de força e elevarem definitivamente as suas vozes” para a melhoria das condições dos munícipes.
“Esta situação é grave e o povo do Fogo não quer apenas explicações deste Governo. O PAICV, o povo e as autoridades locais querem a urgente reposição da normalidade “, disse, solidarizando-se com as perdas económicas dos operadores de negócio.
“Todos aqueles que estão a perder géneros alimentícios, arcas inteiras de produtos ou contentores de frio têm de exigir deste Governo a responsabilidade de governar. De forma ordeira, o povo tem de erguer a sua voz e fazer valer o seu poder”, concluiu o deputado.
Inforpress
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