PAICV questiona sobre paradeiro do projeto “Maio Digital” e Casa da Juventude prometido aos jovens maienses

O coordenador politico regional do PAICV, Edson Alves, questionou hoje sobre o paradeiro do projeto “Maio Digital”, bem como o projeto da construção da Casa da Juventude prometido aos jovens.

Em declarações à Inforpress, o coordenador político do Partido Africano de Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) na ilha do Maio voltou a afirmar que “a juventude da ilha do Maio tem sido deixada para trás” e sublinhou que, ao invés de se estar a realizar palestras e formações, os poderes central e local deviam criar oportunidades de emprego para os jovens que, por falta de opções, estão a “abandonar a ilha”.

“Os jovens precisam é de emprego para sua estabilidade económica, social, familiar e, até, para se fixarem na ilha. Enquanto isso estamos a assistir à saída em massa dos nossos jovens, tanto para outros pontos do País como para o exterior”, enfatizou, recorrendo à promessa do Governo em criar quarenta e cinco postos de trabalho e bem remunerados.

Edson Alves frisou ainda que no ano passado foi muito propalado “Porto Inglês, cidade capital cabo-verdiana da Juventude” mas, de acordo com aquele deputado nacional pelo círculo eleitoral do Maio, o evento realizado na ilha não deixou nenhum impacto, quanto mais uma estrutura visível para a juventude maiense para ser lembrado para daqui pelo menos 10 anos.

Aquele deputado lamentou ainda o estado em que se encontram os centros juvenis existentes na ilha, que na sua opinião, se encontram, praticamente, de portas fechadas e um outro que ainda poderá estar a funcionar nem sequer possui internet gratuito para os jovens, acrescentando que “hoje em dia, o que mais tem atraído os jovens tem sido a possibilidade de acederem ao mundo digital”.

Lembrou que, em muitas localidades, ainda não existe rede móvel e de internet e, a este propósito, questionou sobre o paradeiro do projeto “Maio Digital”, que foi prometido aos jovens, ressalvando que hoje em dia os jovens, principalmente os que se encontra no ensino primário e secundário, precisam fazer as suas pesquisas e terem acesso à informação.

Segundo aquele deputado, está sendo cada vez mais difícil numa ilha em que foi dito que viria a ser digital e a primeira no País e mesmo na CPLP, por isso aproveitou a ocasião para questionar os governos local e central sobre a razão da sua não continuidade, quando já se passaram quatro anos após o seu arranque.

“Acho que devíamos deixar de fazer propaganda e começar a agir para o bem dos jovens desta ilha” asseverou, perguntando também sobre o projeto da Casa da Juventude da cidade do Porto Inglês, cujo arranque estava previsto para o ano passado, depois prolongada para o primeiro trimestre deste ano, mas passado todo esse tempo, ainda se encontra na gaveta.

Edson Alves manifestou ainda a sua preocupação em relação ao futuro da ilha do Maio porque, conforme defendeu, se nada for feito dentro de pouco tempo a ilha não vai ter mão-de-obra jovem e nem vai contar com os jovens quadros da ilha, o que poderá perigar o tão almejado desenvolvimento turístico que se prevê para ilha.

Para o coordenador político regional do PAICV na ilha do Maio, os jovens maienses já estão cientes de que, apesar da pouca oportunidade existente na ilha, os que ocasionalmente aparecem são destinados a um grupo restrito, mesmo assim não manifestam este facto por medo ou por represálias.

O voltou a sublinhar estar também na origem do desânimo e na saída dos jovens da ilha, principalmente junto daqueles que possuem formação profissional, superior e até mesmo nos que estão nos sectores primários e secundários.

Inforpress

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