Sal: PR recebe empresários para ajudar a desbloquear situações mais complexas

O Presidente da República auscultou empresários na quinta-feira, 02, durante um encontro com a classe, para, “lá onde for possível”, ajudar a desbloquear as situações mais complexas, provocadas pela pandemia e não só.

Na reta final da sua visita de quatro dias ao Sal, José Maria Neves agendou um encontro também com empresários para auscultar as suas inquietações, já que, conforme analisou, sofreram “toda a devastação” provocada pela pandemia da covid-19, estando eles agora a fazer um “esforço enorme” para a retoma das suas atividades.

O mais alto magistrado da Nação privou-se com os empresários locais num dos hotéis da cidade turística de Santa Maria para ouvir e saber dos constrangimentos que existem neste momento e exercer a sua magistratura de influência no sentido da sua resolução.

“Pelos problemas colocados percebe-se que o que precisamos é de um espaço de diálogo muito mais pragmático para encontrar as soluções para os pequenos/grandes problemas aqui colocados e depois criar as condições para melhorar o funcionamento da Administração Pública, muito mais eficiente, eficaz e mais sofisticada na resolução dos problemas”, considerou o chefe de Estado.

Isto porque, acrescentou, Cabo Verde está num “momento crucial” do seu desenvolvimento, daí há que “andar mais depressa”, para que se possa cumprir o desígnio da transformação socioeconómica do País e conseguir ganhos para realizar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), no horizonte 2030.

Animado por o sector do turismo estar numa retoma “muito boa”, conforme sublinhou, José Maria Neves deduziu que as perspetivas são também “boas, auspiciosas” para o Sal e Cabo Verde.

Entretanto, confrontado com a situação de turismo sexual, aventando por um dos empresários, parafraseando Deng Xiaoping, como disse, “quando se abre a janela entra bom ar, mas também entram moscas e mosquitos”, pelo que, “o importante” é ter a possibilidade de conter e de “não deixar que moscas e mosquitos perturbem” o funcionamento do espaço.

“Temos de continuar a apoiar e a acelerar o ritmo de crescimento do turismo, a qualificar mais o destino, se queremos ter um destino de alto valor acrescentado, um turismo de qualidade, temos também de investir na qualificação do destino”, analisou, reforçando que, de outro lado, há que trabalhar a questão social para que o crescimento seja inclusivo e garantir, assim, a coesão social.

“Há vários problemas de ordem social (…). Não queremos um turismo sexual em Cabo Verde, um turismo de baixo valor acrescentado, temos que debelar esses fenómenos que ainda existem, designadamente combater a pobreza, as desigualdades, o problema da habitação, mas à medida que a economia vai crescendo também teremos melhores condições para resolver essas questões”, comentou.

Com essa visita ao Sal, um dos motores de crescimento da economia de Cabo Verde, José Maria Neves considerou que a ilha está num “bom momento” e num processo “acelerado de modernização”.

No entanto, disse compreender que é preciso tomar medidas para resolver pequenos constrangimentos que ainda “perturbam” o desenvolvimento da ilha e olhar de forma “muito atenta” para a questão social, na medida em que o turismo está a crescer rapidamente, tratando-se também de uma ilha de imigração.

“Há um conjunto de desafios na área social, desde equipamentos sociais, jardins infantis, centro de emergência infantil, casa de abrigo, resolver o problema da violência com base no género, a violência sexual contra menores (…), questões candentes aqui na ilha do Sal”, reiterou.

Do ponto de vista económico, José Maria Neves defendeu a necessidade de se garantir os apoios necessários para que as empresas possam recuperar-se de forma sustentada e acelerar o ritmo de crescimento da ilha.

“Que terá que ser necessariamente inclusivo e ambientalmente sustentável”, sintetizou.

Inforpress

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