
Segunda-feira, 5 de Junho, 2023
O orçamento e o plano de atividades do município de Santa Catarina do Fogo para o ano económico de 2023 foram aprovados na sexta-feira, 23, com votos favoráveis dos sete eleitos do Movimento para a Democracia (MpD).
Os eleitos municipais do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) revelaram divisão na hora da votação, com quatro a votarem contra os instrumentos de gestão, um a abster-se e um outro eleito saiu da sala no momento da votação.
O eleito municipal do grupo do MpD na Assembleia Municipal Francisco Alves, que reside nos Estados Unidos da América e que no ano passado votou, por duas vezes, contra o orçamento e plano de atividades, o que obrigou a câmara a funcionar no regime de duodécimo, votou desta vez a favor.
Na sua declaração de voto e a chorar, Francisco Alves disse que votou no “povo de Santa Catarina” e que o seu voto é um “sinal claro de respeito” ao povo e ao partido que a que pertence, o MpD.
Mas também, continuou, de “confiança e esperança no equilíbrio e na ponderação” de que os dias que se seguem serão de igualdade de oportunidade, justiça e de respeito pelas pessoas humanas, pelas instituições e poder municipal.
“Fui buscar a força para engolir a seco a injustiça e arrogância, fui atrás da resiliência que caracteriza o povo de Santa Catarina, pois ainda que humilhado pudesse encontrar razão e luz para proteger o povo e dar voz e vez ao povo”, disse o eleito, sublinhando que não votou na presidência da câmara, nem por medo, nem por obrigação e muito menos por negociação.
“Votei nos superiores interesses de Santa Catarina e das instituições”, salientou o eleito, acrescentando que no ano passado tinha votado contra a arrogância e prepotência do presidente da câmara e porque os documentos apresentavam deficiências.
Francisco Alves deixou um aviso para um maior sentido de responsabilidade, comprometimento e para, com respeito, trabalhar para o desenvolvimento de Santa Catarina sem discriminação, mas com a participação de todos.
“Não há motivos para não acudir quem quer que seja. Aproveitem esta oportunidade e mudem de comportamento e atitude, sem perseguição e injuria”, avisou.
Por sua vez, o líder da bancada do MpD, Michel Platiny, disse que o seu grupo votou a favor do orçamento e plano de atividades para 2023 porque acredita que é “o melhor caminho” para o município, sublinhando que quando se quer um município “diferente, atrativo e igual aos outros” é necessário fazer aquilo que é certo.
O líder do PAICV, Manuel Alves, em nome dos que votaram contra o orçamento e plano de atividades, disse ambos vieram de longe e não servem aos interesses do município e apresentam “algumas anomalias”.
Lembrou que há seis anos a oposição sempre pediu os documentos comprovativos, mas que nunca lhes foram disponibilizados, sublinhando que “dar dinheiro é um, prestar o que se fez com o dinheiro é outro”.
Sublinhou ainda que o PAICV nunca chumbou os instrumentos de gestão porque é minoria na assembleia e que quem os chumbou no ano passado foi a própria bancada do MpD, esperando que o orçamento e o plano de atividades para 2023 sirvam os munícipes de Santa Catarina.
O presidente da câmara de Santa Catarina do Fogo, Alberto Nunes, disse que acredita que com a viabilização dos dois instrumentos” tudo fica mais fácil” para “trabalhar e catapultar” Santa Catarina para um outro patamar, lembrando que em 2022, mesmo com “muitas dificuldades”, a câmara “fez muito”, embora reconhece que podiam ter feito melhor.
Segundo o mesmo os instrumentos aprovados são importantes para o município e foram bem elaborados, tendo a câmara recorrido a consulta de técnicos especializados e que agora é trabalhar para mobilizar os recursos para a sua implementação para reduzir a pobreza e criar emprego no município sem discriminação.
“Trata-se de dois documentos elaborados de acordo com as necessidades do município e que abrangem todos os sectores e localidades”, referiu Alberto Nunes
O orçamento para 2023 destina a maior fatia, mais de 208 mil contos, para os investimentos públicos (74% do orçamento global) sendo infraestrutura, com pouco mais de 100 mil contos, requalificação urbana, com mais de 48 mil contos, educação, com 38 mil contos, habitação social, com 21 mil contos, cultura, com cerca de dez mil contos, e desporto, com cerca de três mil contos, são as principais áreas de investimento no ano de 2023.
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