São Vicente: Sindicato da Polícia cogita greve caso Governo ignore as suas reivindicações

O representante do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), em São Vicente, não descartou a possibilidade de greve caso o Governo não atender as reivindicações da classe relacionadas com excesso de carga horária e falta de efetivos.

Mesmo assim, Cirilo Cidário, que falava esta segunda-feira, 13, em conferência de imprensa, no Mindelo, assegurou que pretendem continuar com as negociações com o executivo, para verem resolvidas as “diversas queixas” da corporação na ilha a começar pelo excesso de carga horária “sem qualquer compensação”.

“Este é um problema nacional, os agentes não têm folga, o trabalho é feito de oito horas para um intervalo de 24 horas”, sublinhou a mesma fonte, que fez as denúncias à imprensa após uma reunião realizada na tarde de hoje, no Comando Regional da Polícia, com os filiados no sindicato.

No rol das reclamações, Cirilo Cidário apontou a questão do pessoal que trabalha no aeroporto “com horário de entrada, mas, sem hora de saída” e que, ajuntou, deve-se à falta de efectivos que todos os anos saem para a reforma, doença e outros fatores e “nunca são repostos”.

“Se no início eram dez elementos, hoje o trabalho é feito por seis, que continuam a fazer o trabalho desses dez”, exemplificou, com a ideia de que “São Vicente tem sido esquecida neste capítulo de reposição de efectivos”.

O representante do Sinapol disse ainda que os agentes têm sido “obrigados” a trabalhar nos horários de folga para cobertura de eventos como Carnaval, festival e operação ´Stop´ e outros sem serem remunerados para tal.
Por outro lado, indicou Cirilo Cidário, a esquadra de Monte Sossego iniciou as atividades em 2005 com 23 elementos e hoje apenas 13 ali trabalham “fruto do desmembramento de efetivos”.

Outro dos pontos, conforme a mesma fonte, é o não cumprimento por parte do Governo da promessa de reajuste salarial desde 2019, feita somente para uma parte da corporação, estando a outra à espera da resolução.

Mais ainda, asseverou, há falta de progressão e promoção entre os chefes e sub-chefes “há vários anos”, quando “por esquemas, em 2020, foram promovidos somente os oficiais”, com a “desculpa que isto não fazia muita alteração no Orçamento do Estado”.

Devido a tudo isso, advogou, o sindicato exorta o Governo a resolver esses problemas o “mais urgente possível”, porque a classe está “cansada de trabalhar horas excessivas, de esperar pelo cumprimento do acordo, de não ser promovida e progredida no tempo certo, prejudicando assim as pessoas que chegam à reforma”.

Questionado pela Inforpress sobre quais as justificativas que têm sido dadas pelo executivo para a não substituição nos cargos, Cirilo Cidário assegurou que sempre têm recebido a resposta de “falta de efectivos”.

Entretanto, criticou, foi feita uma formação em 2020, mas, os contratados foram afectos ao Centro de Comando que “não tem dado grandes ´inputs’ às ações do dia-a-dia da corporação”.

O sindicalista acredita também que a formação finalizada recentemente, com 132 agentes, não vai cobrir a falta.

Daí, que, garantiu, vão continuar a denunciar, mas, caso persistir a situação, a greve poderá ser uma das vias de luta, dependendo do consentimento dos associados no Sinapol, que, conforme Cirilo Cidário, representa “mais de 80 por cento (%) dos elementos da Polícia”.

O Sinapol também hoje realizou uma conferência de imprensa idêntica, na Cidade da Praia, denunciando os mesmos problemas de sobrecarga horária e pendencias de promoções e progressões.

Inforpress

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