
Sexta-feira, 8 de Dezembro, 2023
A presidente do Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof), Lígia Herbert, anunciou esta sexta-feira, 03, que a classe docente vai partir para novas formas de luta, designadamente, greve, daqui há duas semanas, exigindo, sobretudo, a equiparação salarial.
Este anúncio foi feito em conferência de imprensa, na Praia, na sequência do encontro de conciliação com o ministro da Educação realizado no dia 31 de Outubro, após manifestação nacional dos professores.
Segundo Lígia Herbert, o encontro não satisfez a classe, que apresentou ao ministro um caderno reivindicativo, que exige, de entre várias outras medidas, o aumento dos professores e educadoras de infância, a promoção automática, melhoria na carreira dos professores mestres e doutorados e educadoras de infância, o Estatuto do Pessoal Docente e reclassificação.
Por isso, a sindicalista anunciou que os professores vão avançar para novas formas de lutas, ou seja, com uma greve daqui há duas semanas, com todos os professores e sindicatos, exigindo, sobretudo, a equiparação salarial.
“A equiparação salarial, seria a primeira medida, porque nós podemos estar a ser chamados de classe representativa, classe nobre, entretanto, temos professores a morrerem, temos professores com problemas emocionais, temos professores a fugirem”, explicou.
Conforme disse, não é preciso um estudo sociológico para se ver a situação do professorado em Cabo Verde, tendo frisado que agora, a desmotivação é total depois do encontro, uma vez que sustentou, há casos de vários professores doentes, sendo que muitos têm optado pelas licenças sem vencimentos, como motivo de descontentamento.
“A classe está abaixo do nível que a dignidade desta classe exigia. Então ainda pede-se a um jovem recém formado que fique? Não, eles têm asas e vão voar, e têm a bênção do sindicato para voarem longe, porque neste momento o professor não tem nem condições de pagar a universidade aos seus filhos”, disse.
Lígia Herbert questionou também como é que se exige a um professor com um salário de 15 mil escudos para estudar, numa conjuntura onde todo o mundo perdeu o poder de compras.
“Tira-se 100 mil para dizer que se está a resolver pendências, mas as pendências não são favores, não são dádivas, são direitos dos professores. Professores fazem uma formação, e onde é que está toda a questão do desenvolvimento laboral da classe”, continuou, lembrando que os deveres também estão atrelados aos direitos.
Inforpress
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