Ulisses Correia e Silva acredita que para uma democracia plena em Cabo Verde deve haver maior participação cidadã

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, considerou hoje, em Lisboa, que para se alcançar uma democracia plena em Cabo Verde é preciso haver uma maior participação cidadã, mas não só no processo eleitoral.

O chefe do Governo fez esta consideração em declarações à Inforpress durante a sua participação na conferência da Internacional Democrática do Centro (IDC) África, em que ele participa na qualidade de presidente do Movimento para a Democracia (MpD) e da IDC África.

Nessa conferência que decorre sobre o tema “Democracia em África”, promovida pela IDC e que reúne dezenas de partidos políticos na sede da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), Ulisses Correia e Silva lembrou que Cabo Verde é considerado um dos países do continente com uma das melhores democracias.

“Para alcançar uma democracia plena, temos alguns indicadores que mostram que é preciso uma maior participação cidadã e essa participação cidadã não é só num processo eleitoral, mas também no processo de empoderamento democrático e político”, disse, acrescentando que o País tem um nível de participação das mulheres “razoável”, em que a lei da paridade veio” alterar muita coisa.

“Mas é preciso haver maior participação. Esse é um dos objetivos a atingir e, no nível do processo eleitoral, é preciso uma participação que possa reduzir o nível de abstenção”, disse, sublinhando que a problemática da pobreza extrema ou mesmo da pobreza absoluta, condiciona as liberdades.

“Em África temos esse problema da pobreza muito forte e quando as pessoas estão nessas situações ficam muito vulneráveis, havendo quase uma veneração relativamente a quem os dá, e quem dá exige contrapartida. A pobreza deve ser combatida, porque é um factor também, não só da dignidade, mas de liberdade”, frisou.

Para o líder do partido no poder, a “pobreza é uma condicionante evidente à liberdade que pode reverter a democracia”, indo mais longe, afirmou que a “mercantilização do voto é uma realidade em muitos países”, justificando que o condicionamento existe quando o “Estado dá para ter retribuições em termos de votos quando chegam as eleições”.

Para Ulisses Correia e Silva, quanto mais pobre for o País e mais pobres forem as pessoas, mais condicionadas estarão na sua liberdade de escolha, sustentando que essa é uma das razões que o seu partido e o seu Governo assumiu um “compromisso forte” e uma “prioridade absoluta” em reduzir a pobreza absoluta e erradicar a pobreza extrema, até 2026.

“A consolidação da democracia e o desenvolvimento depende muito das forças das instituições e o ambiente político e segurança social que o Estado cria para estimular e incentivar as famílias e cidadãos a investirem o seu tempo, a sua energia, o seu conhecimento, as suas capacidades e o seu dinheiro às respostas socias, pública, cientificas e tecnológicas que beneficiam as próprias pessoas e os países”, defendeu.

O presidente da IDC África fez saber que conferência idêntica ao de hoje será institucionalizada pela IDC, e que o próximo encontro irá ser marcado depois de uma concertação entre os responsáveis, para se continuar a falar desses temas, que tem a ver com a democracia e a liberdade do desenvolvimento, a problemática do terrorismo em África e toda a problemática do desenvolvimento sustentável que é preciso alcançar.

Inforpress

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