Aumenta grito de socorro por alimentos no Sul de Angola

Aumenta grito de socorro por alimentos no Sul de Angola

O grito de socorro está a ser lançado a partir do município dos Gambos, no sul da província angolana da Huíla, onde mais de 41 mil pessoas afectadas pela fome necessitam de ajuda de emergência.

Há pouco tempo, a representantes da Igreja Católica na região alertaram quedezenas de famílias recorriam às suas instalações em busca da mão caridosa.

Agora, o padre Jacinto Pio Wacussanga, da paróquia de Santo António, volta a avisar que a situação é mais grave do que se possa imaginar com pessoas à beira da morte.


“Especialistas, pesquisadores, líderes religiosos e associativos foram alertando de que a situação podia piorar porque há gente à beira da morte, há pessoas que não se consegue levantar porque de facto não têm nada que pôr no estômago, há crianças e idosos deitados, há muita gente já com pés inflamados com edemas, o que implica dizer que, de facto o Governo central tem de despertar de uma vez para a gravidade do problema porque se não muito mais gente vai morrer”, alerta o padre Pio.


Aquele sacerdote católico deixa uma sugestão às autoridades no sentido de se criarem reservas alimentares e que nos esforços pela busca das ajudas tenham em conta o mercado interno.


“Até ao mês de Maio, as pessoas começam a partir os seus campos lá onde cultivaram e então é hora de tentar mobilizar os vendedores de milho e massango para que não se disperse alimentos. O Governo deve comprar e criar uma reserva alimentar para ajudar as pessoas a acudir a situação”, defende o padr Pio que, no entanto, diz ser necessária alguma, “mas também é preciso valorizar o alimento interno”.


“Que não venham cum muito arroz quando as pessoas precisam de milho ou de massango”, conclui.


O governador provincial, Nuno Dala, que diz estar preocupado com a situação da seca e o seu impacto nas populações, esteve recentemente nos Gambos, onde referiu que o fenómeno que se dá num ano difícil em termos agrícolas passa por investimentos em infraestruturas sustentáveis.


Para esta fase de emergência, o governante prometeu fazer chegar ajuda.


“Os grandes centros que alimentam os centros urbanos este ano não produziram face à estiagem prolongada que estamos a viver, mas os Gambos tem muito a nos ensinar sobre esta situação, é nossa preocupação em resolvermos e apoiar as famílias que neste momento estão em situação difícil, as mais vulneráveis”, promete.


Nos últimos dias têm-se intensificado algumas iniciativas de doação de alimentos de diferentes quadrantes sociais, com a empresa de telefonia móvel Unitel na mais recente acção a disponibilizar 40 toneladas de milho para acudir a famílias vulneráveis nas províncias da Huíla, Namibe e Cunene.

VOA/Fim

 

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