Cabo Verde aprova isenção de vistos com Guiné Equatorial

O parlamento aprovou hoje, por unanimidade, um acordo para isenção recíproca de vistos em passaportes ordinários com a Guiné Equatorial, um ano e meio depois do entendimento entre os dois governos.

A proposta de resolução da ratificação do acordo entre os governos de Cabo Verde e da Guiné Equatorial sobre a Isenção Recíproca de Vistos em Passaportes Ordinários foi assinado na Praia em 21 de junho de 2021 e discutida este mês na Assembleia Nacional, na Praia, até à sua apreciação final e aprovação, hoje realizada.

“O mencionado acordo visa suprimir, na base de reciprocidade, a emissão de vistos de entrada, trânsito, permanência e saída aos cidadãos de Cabo Verde para Guiné Equatorial e vice-versa, para as estadias até 60 dias por cada visita”, refere-se no texto da resolução discutida no parlamento cabo-verdiano.

Acrescenta-se que a “segurança dos passaportes e, em geral, dos documentos de viagens é uma preocupação” de ambos os países, que assumem ainda o “compromisso de garantir o mais alto nível de segurança, de acordo com os padrões definidos pela Organização da Aviação Civil Internacional, a fim de protegê-los contra falsificação e fraude”.

“Nesta conformidade, a assinatura do presente acordo de isenção recíproca de vistos representa um marco importante nas relações bilaterais e uma mais-valia na promoção do turismo nacional, pois permite atrair maior número de turistas, constituindo deste modo um ato promotor da mobilidade e da promoção de investimento e do turismo, com enormes benefícios para ambos os povos”, lê-se ainda.

Cabo Verde e Guiné Equatorial integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas a resolução prevê que acordo seja publicado em dois exemplares originais em português e espanhol.

O ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano, Rui Figueiredo Soares, afirmou em novembro passado que a próxima isenção recíproca de vistos em passaportes ordinários seria com a Guiné Equatorial e pretendia acordo idêntico com Marrocos.

“Tem a ver com a mobilidade que nós estamos a incentivar no quadro da CPLP, também no quadro de um acordo mais geral celebrado em todos os países da CPLP. E esta isenção de vistos [com a Guiné Equatorial], que já existia em passaportes diplomáticos e de serviço, agora é alargada aos passaportes ordinários”, revelou Rui Figueiredo Soares.

Na altura, o Governo aprovou um acordo de isenção de vistos com Marrocos, neste caso para titulares de passaportes diplomático e de serviço.

A população de Cabo Verde ronda os 500 mil habitantes, mas o Governo estimou recentemente que mais de um milhão e meio de cabo-verdianos vivem na Europa e Estados Unidos da América (EUA), estando o sistema financeiro do arquipélago dependente das remessas desses emigrantes.

“Nós não incentivamos os cabo-verdianos a emigrarem, mas já sabemos que o povo cabo-verdiano desde sempre se destinou muito à emigração, abriu os olhos, olhou para a emigração. Aliás, não é por acaso que nós temos mais cabo-verdianos descendentes de cabo-verdianos no exterior em relação ao país. É sempre um sonho dos cabo verdianos emigrar, ir para terra longe, embora a terra longe nem sempre seja a solução”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, questionado sobre o impacto das facilitações de vistos com vários países na emigração cabo-verdiana.

“Mas pretendemos, por exemplo, que todos os nossos comerciantes que se deslocam a Marrocos brevemente também possam ter este circuito facilitado. É essencialmente nesta perspetiva de termos trocas comerciais neste mundo que está cada vez mais uma aldeia global”, sublinhou.

 

Lusa

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