
Sexta-feira, 9 de Junho, 2023
Cabo Verde congratulou-se hoje por passar a ocupar a 45.ª posição no ranking de países com maior igualdade de género do Fórum Económico Mundial, em 2022, liderado pela Islândia pelo 13º. ano, conforme documento divulgado na quarta-feira, 13.
“Quero hoje celebrar Cabo Verde por termos dado um passo significativo no Índice Global de Paridade, com uma subida de 23 posições, demonstração clara de que somos um País de liberdade, de democracia e de igualdade de género”, declarou o ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, quando presidiu a cerimónia de apresentação pública do estudo sobre o “Perfil de Género em Cabo Verde”.
O governante, que considerou que são as leis e os quadros de regulação que permitem hoje ao País celebrar, indicou que “em algum lugar e em algum ponto a cabeça dos cabo-verdianos e a cultura ainda não chegou lá”, pelo que admitiu a necessidade de se continuar a lutar pela igualdade do género.
“Não na legislação e nem na prática pública e regulatória, porque já lá está, mas no nosso íntimo, na forma de ver a vida, de ver o outro e de tomar decisão, é ali que temos a grande luta pela igualdade do género”, concretizou, salientando ainda que a “grande luta” pela igualdade do género “está na ação de cada um de nós”.
Para a presidente do Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), Marisa Carvalho, a subida de 23 posições, levando o País a posicionar-se na 45ª posição, significa que se está “num bom caminho” e que as medidas que estão a ser adotadas têm “impacto significativo” neste índice.
“Esta subida teve como grande medida a lei de paridade, pois, o índice que mais aumentou tem a ver com a participação política, mas também indica que temos muito mais para subirmos e muitas oportunidades de aumentarmos mais posições nesse índice, assim como nas questões de participação económica e no nível educacional”, ressaltou.
Quanto à posição de 10º lugar a nível regional, Marisa Carvalho manifestou-se satisfeita, mas admitiu a necessidade de se aumentar a posição, já que na região africana Cabo Verde tende a ser “um exemplo”.
Este ano, Cabo Verde alcançou a 45ª posição, com 0,736 pontos (avaliação de 0 a 1,representando 0-zero-a não paridade e 1-um -a paridade total), sendo que em 2021 estava na 68º posição, com um score de 0,716. A nível regional, Cabo Verde situa-se em 10º lugar no que concerne à paridade.
Os pilares que contribuíram para esta subida prendem-se com o empoderamento político, onde Cabo Verde alcançou um score de 0,238, alcançando a 62ª posição, contra o score de 0,152, que colocava o país na posição 99ª, assim como o nível educacional, que em 2022 alcançou o score de 0,975, colocando o país na 99ª posição, contra o score 0,976 e a posição 106 no ano passado.
O pilar da saúde e sobrevivência manteve o score de 0,980, que coloca o País nos lugares cimeiros, em 1º lugar, tal como no ano passado.
Na participação e oportunidades económicas, Cabo Verde teve um decréscimo de uma posição, descendo para a 30ª posição, com um score de 0,752, contra a 29ª posição e o score 0,761 do ano passado.
Criado em 2006, o Índice Global de Paridade é o mais antigo que acompanha e avalia o progresso alcançado pelos países, com o intuito de colmatar os fossos de género ao longo do tempo.
Para que um país seja incluído neste índice deve reportar um mínimo de 12 dos 14 indicadores.
O relatório deste ano abrangeu 146 países, incluindo, pela primeira vez, Comores, mas países como Bahamas, Cuba, Croácia, Iraque, Mauritânia, Papua Nova Guiné, Federação Russa, Síria, Trinidad e Tobago, Venezuela e Iémen não estão incluídos nesta edição de 2022.
Inforpress/