Cabo Verde/Eleições: Votação na embaixada em Lisboa sem filas e com visível reforço logístico

De Viana do Castelo aos Açores, 62 mesas estão hoje abertas para receber os votos da diáspora cabo-verdiana em Portugal para as eleições legislativas de hoje, processo que, em tempos de pandemia de covid-19, exigiu um esforço logístico adicional.

Um esforço assumido à agência Lusa pelo embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Correia Monteiro, mas também constatado ao início da tarde na representação diplomática deste país lusófono em Lisboa, na zona do Restelo, onde vão estar abertas, até às 18:00, quatro mesas de assembleias de voto, dirigidas aos eleitores residentes no concelho de Lisboa.

Em cada mesa de voto, três ou quatro membros todos com o mesmo “uniforme”: bata azul, viseira, máscara de protecção individual e luvas.


Ao dirigirem-se à respectiva mesa de voto, os eleitores, sempre de máscara, eram “convidados” a higienizar as mãos com álcool gel.


Em declarações à Lusa, Eurico Monteiro enumerou as várias medidas que foram assumidas para garantir uma “votação segura”, nomeadamente “o alargamento e a ampliação dos locais de voto”, “a diminuição de eleitores por cada mesa de voto” (em média 200 pessoas por cada mesa), e o cumprimento das medidas de distanciamento social.


“Por outro lado, também medidas de higienização dos locais, das mãos, o uso de máscaras. Tudo aquilo que tem sido recomendado pela Direcção-geral da Saúde (DGS), no sentido de manter as coisas dentro da normalidade”, frisou o embaixador cabo-verdiano, no cargo desde Janeiro de 2017.


Questionado sobre uma possível influência da pandemia de covid-19 nos níveis de afluência às urnas da diáspora, cuja “taxa de abstenção costuma ser elevada”, Eurico Monteiro admitiu uma possível “mossa”.


“É normal que influencie. É expectável que as coisas possam funcionar dentro daquilo que é razoável, porque tem sido uma competição que parece muito renhida, mas em todo o caso creio que a pandemia fará alguma mossa e é normal que se registe uma participação menor do que no passado”, afirmou.


Ao início da tarde na embaixada cabo-verdiana, a votação decorria de forma tranquila, sem filas, sendo possível ver no recinto pouco mais de uma dúzia de eleitores.


Com as mesas de voto abertas desde as 08:00, os primeiros eleitores começaram a chegar à embaixada cerca de 10 minutos depois, segundo relataram funcionários no local.


“Creio que está a correr normalmente segundo todas as informações disponíveis. Todas as mesas de voto têm estado a funcionar regularmente. Sempre no início, existe às vezes alguns pequenos incidentes, mas é absolutamente normal, no início do processo de votação”, indicou ainda o embaixador.


Contactada pela Lusa, a delegada da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Cabo Verde em Portugal, para as regiões de Lisboa e do centro, remeteu para mais tarde dados concretos sobre a taxa de afluência.


Em Portugal, 16.868 cabo-verdianos estão recenseados para poder votar nas eleições legislativas deste domingo.


Um total de 62 mesas de assembleia de voto estão distribuídas pela região de Lisboa e Vale do Tejo, região norte e região sul de Portugal continental e na Região Autónoma dos Açores.


As eleições legislativas em Cabo Verde elegem a Assembleia Nacional, composta por 72 deputados eleitos por sufrágio universal, directo, através de círculos eleitorais, em cada ilha e na diáspora, e contam com um universo de cerca de 393 mil eleitores.


O país está há cerca de 30 anos profundamente bipartidarizado, entre o Movimento para a Democracia (MpD), que tem actualmente uma maioria absoluta de 40 deputados, e o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), que soma 29, além dos três eleitos da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID).


Com 37.436 cidadãos residentes, a comunidade de Cabo Verde é a segunda mais representada em Portugal, segundo o último Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA), apresentado em Junho de 2020, mas estima-se que o número efectivo seja muito mais elevado.


Inforpress/Lusa/Fim

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