
Terça-feira, 30 de Maio, 2023
A China confirmou hoje a morte de nove cidadãos chineses, num ataque ocorrido este domingo na República Centro-Africana, e pediu “punição severa” para autores. Rebeldes suspeitos negam envolvimento e culpam grupo Wagner.A China “ativou imediatamente um mecanismo consular de emergência” e o Presidente Xi Jinping atribui “grande importância” a este incidente, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado.
O chefe de Estado pediu “punição severa” para os autores do atentado, que também causou ferimentos graves a dois chineses, e disse que a segurança dos cidadãos deve ser garantida.
O ataque ocorreu numa mina administrada pela firma de capital chinês Gold Coast Group, a 25 quilómetros da cidade de Bambari, onde um grupo de homens armados abriu fogo contra as instalações da empresa.
Grupo rebelde culpa mercenários russos
O ataque ainda não foi reivindicado, mas suspeita-se que poderá ter sido perpetrado pela Coligação de Patriotas para a Mudança (CPC), grupo que está ativo na região e que regularmente leva a cabo ataques contra as forças armadas do país.
O porta-voz militar do grupo rebelde, Mamadou Koura, disse que as alegações são falsas. E afirmou, sem fornecer provas, que os mercenários russos do grupo Wagner tinham planeado o ataque, “com o objetivo de assustar os chineses que já estavam presentes muito antes dos russos a se estabelecerem nesta parte do país”.
O grupo russo foi contratado pelo Presidente da RCA, Faustin Archange Touadera, para fornecer segurança e treino militar, mas tem sido acusado por observadores das Nações Unidas de cometer abusos contra os direitos humanos, incluindo massacres.
“Risco extremamente alto”
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China também alertou para um “risco extremamente alto” na República Centro-Africana, exceto na capital, Bangui, e pediu aos cidadãos chineses para serem “muito cautelosos”.
A China anunciou que vai pedir às embaixadas do país asiático em África que “tomem mais medidas para garantir a segurança dos cidadãos e das empresas chinesas”.
A República Centro-Africana sofre violência sistémica desde o final de 2012, quando uma coligação de grupos rebeldes de maioria muçulmana – Séléka – tomou Bangui e derrubou em março de 2013 o Presidente, François Bozizé, após dez anos de governo (2003-2013), desencadeando uma guerra civil.
Nos últimos meses, foram registados vários ataques contra cidadãos chineses no exterior, o que levou as embaixadas do país a emitir alertas de segurança e realizar evacuações.
Os raptos levaram o Presidente da RCA, Faustin Archange Touadera, a planear uma viagem à China, numa tentativa de tranquilizar os investidores.
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