CNDHC procura mudanças nas políticas com estudo sobre exercício da cidadania na Saúde

A Comissão Nacional de Direitos Humanos e Cidadania (CNDHC) procura mudanças nas políticas públicas com o estudo apresentado hoje, no Mindelo, que diagnosticou o exercício da cidadania em Saúde levantando diversas recomendações, assegurou a presidente.

Conforme Zaida Freitas, que falava à imprensa na sequência da apresentação do estudo na Universidade do Mindelo (Uni-Mindelo), o documento traz um conjunto de recomendações e observações com “intenção de melhorar as políticas públicas e melhorar a condição de Saúde de todos os cabo-verdianos”.

Para isso, a CNDHC pretende disseminar os resultados, não só nas universidades, mas, também ter encontros com os decisores políticos que trabalham, sobretudo, na área da Saúde, disse a mesma fonte.

“E também promover o diálogo com os diversos sectores, já que sabemos que a saúde está directamente relacionada com outras situações, nomeadamente, condições da habitação, a situação de emprego, condições sanitárias”, sublinhou Zaida Freitas.

O estudo realizado pela CNDHC e financiado pela Agência da Nações Unidas PNUD, aconteceu de Dezembro de 2020 a Março de 2021, período ainda da vigência da pandemia da covid-19, e teve uma amostra de indivíduos com média de idade de 30 anos e a maioria do sexo feminino.

De entre os desafios apresentados ressaltam-se, conforme Zaida Freitas, os “níveis insatisfatórios” de literacia na saúde, que se tornam “preocupantes” e “impedem o cidadão de ter uma participação activa em todo o processo”.

Daí que, considerou, é “urgente” esta questão começar a ser trabalhada tanto no contexto formal, por exemplo nas escolas, como no contexto informal.

Por outro lado, ajuntou, é preciso ser revistas as assimetrias regionais de acesso aos cuidados de Saúde.

“Ressalta aqui a necessidade de se investir na humanização dos serviços. Os consultores trouxeram a preocupação que alguns grupos tendem a ser discriminados nas nossas estruturas de Saúde”, explicou a presidente da CNDHC, referindo-se a grupos como de deficientes, pessoas com HIV e usuários de droga,

O coordenador do estudo, Nardi Sousa, que fez a apresentação hoje, no Mindelo, por sua vez, acredita, entre outros dados exibidos, que “Cabo Verde precisa melhorar permanentemente o seu diagnóstico e a situação em relação à cidadania de Saúde”.

Entre outras melhorias, o sociólogo, apontando o estudo, incluiu as acessibilidades e saneamento, qualificação dos profissionais que precisam alterar os currículos e “maior sensibilização” sobre determinantes da Saúde.

Ademais, segundo a mesma fonte, mostra-se necessário criar uma ´hole modal´ contando, por exemplo, com a participação de artistas, políticos, atletas em campanhas de sensibilização, e por outro lado, sublinhou, envolver a academia na construção de evidências.

Nardi Sousa falou ainda na organização de um fórum anual para debater a Saúde de “forma criativa”.

Além da Uni-Mindelo, o estudo deverá ser apresentado, nos próximos dias, na Universidade de Santiago, duas estruturas nas quais se encontram cursos ligados à Saúde.

Inforpress/Fim

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