Diretora da PJ lembra primeiras apreensões e destaca como principais vulnerabilidades do país costa e áreas marítimas desprotegidas

Por ocasião de uma conferência no âmbito dos 30 anos da Polícia Judiciária, a diretora Nacional da instituição lembrou a primeira investigação criminal direcionada ao crime organizado e tráfico de estupefacientes em hotéis e residências da capital e apreensão de 42 quilogramas de cocaína e detenção de 28 pessoas.

Ivanilda Varela, que falava na abertura da conferência sobre “O combate à criminalidade organizada transnacional: Os desafios das operações marítimas e portuárias”, para assinalar 30 anos da Polícia Judiciária (PJ), criada a 12 de Maio de 1993, realçou que a partir desta data a polícia científica começou a afirmar-se no País.

A afirmação da instituição, segundo acrescentou, deveu-se ainda à luta contra o tráfico de estupefacientes, investigação e resolução de casos complexos como furtos, roubos, homicídios, crimes sexuais e outros.

Com estes trabalhos, anotou, chegou o crescimento a nível do território nacional, sendo que em 1997 foram apreendidos 73 quilogramas de cocaína, numa acção conjunta com a Polícia Nacional (PN) na ilha do Maio.

“Os nossos esforços e combate nos portos e aeroportos resultaram na apreensão de várias toneladas de cocaína e cannabis”, disse, afirmando que os portos de Cabo Verde têm servido de tentativa de passagem de drogas para dentro e fora do País.

Num balanço dos 30 anos da PJ, destacou “grandes apreensões” em 2011, com 1.503 quilogramas de cocaína em elevado estado da pureza, a apreensão em São Vicente de 520 quilogramas de cocaína, em 2014, 278 quilogramas de cocaína, em 2016, e 1.157 quilogramas, em 2017, em São Vicente.

Em 2019, conforme informou a PJ, apreendeu 9.500 quilogramas, mais 2.256 quilogramas de cocaína e, em 2023, 5.668 quilogramas todos na cidade da Praia.

Perante estes dados e apreensões, frisou que Cabo Verde, com a sua área territorial de 4.533 quilómetros quadrados, apresenta como principais vulnerabilidades a costa e as áreas marítimas desprotegidas.

“Temos fracos recursos naturais e económicos, a nossa guarda costeira possui fraca capacidade de resposta e os nossos recursos humanos são deveras insuficientes”, declarou Ivanilda Varela, para solicitar “mais cooperações e investimentos” para que a PJ possa ter mais ação nesta matéria.

Lembrou também que a força da PJ no cumprimento das suas ações nestes 30 anos tem sido conseguida com o apoio dos parceiros internacionais, quer a nível de investigação e troca de informações, quer na disponibilização de meios materiais e formação.

A PJ foi criada a 12 de Maio de 1993 tendo como seu primeiro diretor o falecido capitão das Forças Armadas, Abailardo Barbosa Amado.

c/Inforpress

 

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