
Domingo, 28 de Maio, 2023
O embaixador de Portugal em Cabo Verde, Paulo Lourenço, considerou hoje, na Cidade da Praia, que é preciso reforçar o jornalismo dos factos para combater “a pandemia” da desinformação.
O diplomata fez essa afirmação na abertura da conferência alusiva à comemoração do Dia da Liberdade de Imprensa, sob o lema “Moldar um futuro de direitos – liberdade de expressão como motor de todos os outros direitos humanos”, realizada pela Associação dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC).
“É preciso reforçar o jornalismo dos factos, rigoroso e ético, baseado em notícias e verificação, que é considerado unanimemente como o antídoto para essa pandemia de desinformação pela circulação frenética de informação pelas plataformas digitais”, precisou.
Segundo Paulo Lourenço, essa “missão é vital” para a coesão social e para travar o retrocesso, que alguns consideram “sem precedentes”, a nível da garantia dos direitos humanos.
“O jornalismo rigoroso e ético, amparado pelas instituições fortes e cidadãos bem informados, é a única medicina para a pandemia da desinformação”, reiterou Paulo Lourenço, advertindo que a liberdade de expressão “não é uma tarefa exclusiva dos jornalistas”.
“Quanto mais educada e digitalmente literada forem as novas gerações, mais imune estará uma sociedade às campanhas da desinformação, em suma, é preciso investir na formação, na literacia mediática, dando aos cidadãos as ferramentas para melhor se defenderem nesta era da cultura digital”, explicou.
Por isso, lembrou que o Programa Estratégico de Cooperação de Portugal e Cabo Verde (2022-2026) não ignorou as opções e oportunidades de financiamento à formação e educação.
“Precisamos de recuperar a claridade sobre o que é essencial no dever de informar como serviço público como o verdadeiro ofício do bem comum (…) revisitar as estratégicas e as ferramentas que dispomos enquanto sociedades livres para fazer face à desinformação”, concluiu o diplomata português.
Na ocasião, o secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, Lourenço Lopes, garantiu que a liberdade de imprensa é vivenciada em Cabo Verde, mas advertiu que se trata de uma construção permanente e uma luta de todos.
“A Constituição e as leis são muito favoráveis ao exercício do jornalismo, pelo que os profissionais podem exercer livremente a profissão, mas essa luta, como tudo em democracia, é uma construção permanente e uma conquista de todos, para que possamos nos orgulhar de uma imprensa verdadeiramente livre”, frisou.
O embaixador dos Estados Unidos da América, Jeff Daigle, por seu lado, declarou que a liberdade de imprensa “já é um direito adquirido” em Cabo Verde e que o arquipélago “se afirma cada vez mais como um referencial” em África e no Mundo.
“Como embaixador tenho testemunhado o trabalho dos jornalistas, tanto no sector público como no privado, a vossa persistência, o profissionalismo e dedicação à causa são factores que têm contribuído para o desenvolvimento de Cabo Verde”, notou o diplomata.
A embaixadora da União Europeia (UE) em Cabo Verde, Carla Grijó, na sua intervenção garantiu que continuará empenhada na colaboração com o Governo e com os meios de comunicação social.
O Dia Internacional da Liberdade de Imprensa é comemorado há 30 anos no dia 03 de Maio.
A data celebra o direito de todos os profissionais da media de investigar e publicar informações de forma livre.
Inforpress