Agricultura: Especialistas africanos planeiam mudança de paradigma para o desenvolvimento sustentável

Os especialistas africanos do programa abrangente de desenvolvimento agrícola de África e da segurança alimentar declararam esta quinta-feira, 02, em Lusaca (Zâmbia), a mudança de paradigma para o desenvolvimento sustentável, apesar do desenvolvimento em vários sectores agrícolas no continente.

Esta mudança, concluem, passa necessariamente pelo investimento substantivo para melhorar o sistema agrícola e uma agricultura moderna para aumentar a produção, melhorar a produtividade e agregar valor por meio de “commodities” e serviços, de modo a transformar radicalmente o sector.

Os participantes da 19ª Edição do CAAD PP (Programa Abrangente de Desenvolvimento da Agricultura data plataforma de parceria) advogaram que esta mudança irá permitir que o continente se alimente e seja um dos principais exportadores líquidos de alimentos.

Neste quesito, advertem, há a necessidade urgente de acelerar a implementação do programa, uma estrutura continental para a transformação da agricultura e uma estratégia de crescimento liderada pela agricultura para atingir metas ambiciosas de segurança alimentar e nutricional, conforme descrito na Declaração de Malabo.

“Acreditam também que a rede de parlamentares é muito útil para impulsionar o CAADP a nível de base e garantir que os estados membros aderem e tenham em consideração na sua agenda de atribuição de um orçamento adequado ao sector agrícola que continue em muitos países marginalizados”, lê-se no documento enviado à Inforpress.

Os especialistas concluíram que se deve envolver, com maior participação, os agentes não estatais nos sistemas agroalimentares e da agricultura para garantir uma segurança alimentar e assegurar riqueza nas comunidades.

Durante os quatro dias, de 30 de Outubro a 02 de Novembro, marcados por acesos debates, os participantes admitem que a construção de sistemas alimentares resilientes e inclusivos para a África seja o desafio a ter em conta desta geração, já que mais de 250 milhões de africanos passam fome.

As questões ligadas às perspetivas dos parceiros sobre a situação do comércio agroalimentar, a segurança alimentar e nutricional como grandes prioridades, a reflexão sobre os últimos 20 anos do CAADP, prioridades para os dois anos restantes e o que virá depois da agenda pós-Malabo, foram indicados como metas e caminhos do próximo ciclo deste programa.

É que “as evidências do terceiro relatório bienal do CAADP mostram que o crescimento e a transformação agrícola de África está a vacilar desde 2015, agravado por choques induzidos pelo clima e pela pandemia de covid-19”, pelo que, atesta a comunicação, há muito trabalho a ser feito para que o continente volte ao caminho certo para cumprir as metas da declaração de Malabo.

Os resultados deste relatório de revisão bienal, apresentado recentemente, revelam que o continente não está em vias de atingir e cumprir com os Objetivos e metas do crescimento acelerado da agricultura em África, conforme previsto na “Declaração de Malabo -2014”.

Inforpress

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