Brava: Empreendimentos turísticos sem reservas para a época festiva devido à crise e a irregularidade das viagens

Os hotéis e restaurantes da ilha Brava estão sem reservas e nem solicitações para esta época festiva, “um dos diversos transtornos” causados pelas irregularidades das viagens de ligação de e para a ilha, e as crises.

Estes constrangimentos não têm permitido às pessoas planearem as suas férias ou festas na ilha com a certeza de que vão chegar a tempo nos locais de origem e, além do transporte, muitos destes responsáveis estão cientes de que a conjuntura atual também está a condicionar estas atividades.

Numa ronda, a Inforpress constatou que os donos dos empreendimentos turísticos da ilha encontram-se “tristes e desanimados”, tendo alguns sublinhado que no mês de Dezembro registaram “vários prejuízos” devido à irregularidade com as viagens para a ilha.

O único meio de transporte de ligação da Brava às outras ilhas é o barco, mas no último trimestre de 2022 houve alterações no calendário de ligações, que “não beneficia a Brava em nenhum dos sentidos”, o que trouxe “muitos constrangimentos” não somente para os empreendedores económicos e turísticos, mas para toda a comunidade bravense.

Paulo Senna, gerente de um dos empreendimentos, contou à Inforpress que até teve algumas reservas, mas não foram concretizadas devido às incertezas nas ligações marítimas e alguns estavam com voos agendados para outras paragens a partir da ilha do Fogo.

Segundo este responsável, ao investir nesta área, numa ilha onde há muitos constrangimentos com viagens de ligação, é preciso ter “muita coragem e um fundo”, porque somente a clientela da Brava não dá resposta à demanda de compromissos que devem ser quitados mensalmente.

Outro empreendedor que se mostrou “indignado” é António de Pina, para quem neste período não houve “nenhuma reserva” porque “não há garantia de viagens de regresso”.

Mas, para a população bravense anunciou que um grupo de jovens da ilha já organizaram um evento para a passagem de ano, com show musical e outras atividades.

Marco Agostino Giandinoto contou que não tem reservas e nem fez questão de trabalhar para o final do ano porque os constrangimentos das ligações marítimas, após as festas do “réveillon”, os restaurantes ficam todos fechados e com alguns sobressaltos quanto ao almoço e jantar dos seus clientes.

Daí, sublinhou que fez questão de trabalhar somente para o Natal e os últimos clientes que possui no seu estabelecimento viajam este sábado.

Em relação aos outros estabelecimentos existentes na ilha a situação é a mesma e a incerteza de quando a situação vai melhorar é reinante neste e nos diversos sectores de atividade que dependem das ligações com as outras ilhas, mas também a crise que o mundo está a atravessar imposta pela pandemia da covid-19 e pela guerra provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

Mesmo pelas ruas da ilha o movimento é “muito fraco”, até à porta dos Correios e bancos comerciais que normalmente, em anos anteriores, era hábito haver filas de espera para levantamento de remessas vindas do exterior.

Inforpress

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