
Quinta-feira, 30 de Março, 2023
Um grupo de pequenos comerciantes da ilha Brava apelou esta segunda-feira, 28, às autoridades competentes que os apoiem no transporte das suas mercadorias.
Carlota Teixeira disse que tem um pequeno comércio na localidade de Furna e tem enfrentado várias dificuldades para manter o seu negócio no que tange ao abastecimento do mesmo.
Segundo a comerciante, há mais de um mês que fez compras na Cidade da Praia, mas até então não conseguiu trazer às compras para a ilha Brava e nem tem como guardá-las na Cidade da Praia, o que tem causado alguns constrangimentos com os seus fornecedores que estão a pedir para tomar as cargas.
Além de fazer compras na capital, na tentativa de manter o seu negócio e abastecer os seus clientes, contou que tem feito compras nas lojas em Nova Sintra, por um preço mais elevado para tentar honrar os compromissos firmados com os clientes na Furna.
Teixeira revelou que a situação já está a tornar-se “insustentável” e desta forma não dá para continuar o negócio porque há mais perdas do que ganho, recordando que paga impostos e todos os compromissos assim como os investidores em qualquer um dos outros municípios com melhores condições.
Igualmente, Benvinda Pinto, uma moradora da localidade de Cachaço e responsável de um negócio familiar nesta zona, queixou-se da mesma situação realçando que, desde o início de Novembro, tem 400 mil escudos de compras parada na Cidade da Praia sem dia nem hora de conseguir fazer estas compras chegarem à Brava.
Conforme disse à Inforpress, quase todos os dias há alguém na Cidade da Praia que se desloca à agência da CV Interilhas para saber detalhes de quando e como pode fazer a ordem embarque, mas a resposta que sempre recebe é que não há data e nem uma previsão para tal.
Diante desta situação, Pinto demonstrou-se “desanimada” pois, segundo a mesma, o irmão que é o dono do negócio vive nos Estados Unidos da América e só abriu o negócio para apoiar a comunidade e é desta forma que empregou três pessoas diretamente.
Mas, conforme disse, nestas condições não é possível sustentar o negócio pois têm responsabilidades com os moradores da localidade que, ao receberem as suas pensões, vão negociar e neste momento para não deixar os clientes na mão, tiveram de fazer compras em Nova Sintra, mas é algo que não compensa e assim “o negócio não sustenta as suas despesas”.
Esta situação já é “corriqueira” na Brava, havendo muitos outros comerciantes que passam pela mesma situação, mas alguns disseram que não vale a pena “chorar” mais na comunicação social porque a questão da Brava já se arrasta há muito tempo e a cada dia continua a piorar.
Contactado, o presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares realçou que já se encontra “deveras desgastado com essas situações criadas por uma programação de viagens que não serve a Brava e prejudica a ilha em todos os sentidos”.
Neste quesito, sublinhou que a autarquia “mostra-se solidária com todos que estão sofrendo com este novo tipo de sufoco”, reforçando que já apelou ao Governo para, junto da CV Interilhas, resolver estes problemas.
Para finalizar, destacou que a “CV Interilhas deve, por seu turno, trabalhar melhor e colocar os clientes em primeiro plano”, considerando inadmissível que se tenha cargas na Praia e não se possa chegar à Brava por tanto tempo assim.
No passado dia 09 de Novembro, questionado sobre esta situação dos transportes na ilha, o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva avançou que já se está a dar passos para a melhoria da situação, informando que o Governo está a trabalhar neste momento com a concessionária CVInterilhas para melhorar o nível e a qualidade da prestação de serviços dentro do contrato de concessão.
Inforpress
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